sexta-feira, 26 de outubro de 2007

PELA PAZ E A JUSTIÇA

Clique aqui e aja diretamente em apoio à luta democrática e não-violenta dos monges e monjas da Birmânia

Divulgamos o texto integral do discurso que foi pronunciado pelo Monge Gensho, fundador e responsável oficial do Colegiado Buddhista Brasileiro, no evento ecumênico em favor da paz e justiça em Mianmar que ocorreu na quinta-feira, 25 de Outubro, no Templo Busshinji de São Paulo.

Participaram do evento, entre outros, líderes de várias escolas budistas presentes no Brasil, representantes da sociedade civil e líderes políticos.

Manifesto Buddhista em Favor da Paz e Justiça

Senhoras e senhores, nossos estimados irmãos e irmãs unidos em paz,

Aqui estamos, unidos sob a honrosa bandeira da Compreensão e Fraternidade, além das diferenças, além dos racionalismos e conceitos rígidos, além das superficialidades e hipocrisias sociais, políticas ou religiosas, prontos para nos manifestar fortemente a favor da dignidade humana, do valor à vida e do direito à liberdade.

Seja nas vielas de favelas e guetos, seja nas ruas e moradas pobres ou abastadas , não existe momento mais desafiador para o espírito humano do que aquele terrível instante, quando toda a dignidade, amor e direitos essenciais são retirados de homens ou mulheres, crianças ou velhos, deixando-os despojados da simples e mais valiosa dádiva na sociedade: a justiça democrática e o respeito à integridade individual.

Esta manifestação é feita em prol da vida humana. A prática buddhista se fundamenta no reconhecimento cabal de que as bases psico-emocionais do ódio, da ambição, da violência e da ignorância - extremamente insalubres e destruidoras da vida e do bem-estar - não podem jamais ser transformadas e curadas sem a compreensão de que as injustiças sofridas por um indivíduo não podem ser valoradas em função de distâncias ou fronteiras; cada ação injusta na Terra representa uma vida desrespeitada, seja esta humana (independentemente se sua nacionalidade, cor, credo ou condição social) ou mesmo de outros seres no planeta. Essa é a essência da paz e da compreensão: a sabedoria de praticar o respeito aos seres e ao mundo, sem imaginar que este respeito somente nos fala se ele estiver sendo praticado em nossa comunidade, em nosso país, em nossa vizinhança. Estamos todos integrados, somos todos parte de um processo crucial de crescimento e aprendizagem espiritual - esta é uma verdade inalienável.

O buddhismo, como religião constituída, sustenta-se na prática constante de uma ética da consciência, no exercício permanente de compreensão e compaixão profunda, e no respeito à pluralidade de posturas e convicções. Mas não é uma religião condescendente ao fanatismo, à corrupção política ou social, e ao supremo domínio do poder militar, do terrorismo de estado.

Desta forma, o Colegiado Buddhista Brasileiro, entidade pluralista e multidisciplinar que procura contribuir para o diálogo e a cooperação entre os vários líderes, orientadores e praticantes buddhistas pertencentes às suas diversas escolas tradicionais, vem a público manifestar seu repúdio ao tratamento degradante, criminoso e trágico que o governo ditatorial de Myanmar está perpetrando neste país. Neste momento, monges e civis estão sofrendo mortes, seqüestros, torturas e prisões. Segundo fontes da imprensa os monges tomaram as ruas da capital Yangon e de outras cidades meses atrás entoando trechos de escrituras buddhistas, dentre eles o Metta Sutta que exalta o amor e a compaixão aos seres humanos. O que começou com algumas dúzias de monásticos desejosos de justiça e respeito social para todos tornou-se uma das maiores manifestações naquele país, mas com uma característica ímpar: imbuídos de extrema compaixão, os monges solicitaram à população leiga que não os acompanhassem, nem que fizessem quaisquer movimentos contra o governo, de modo que tais leigos não sofressem represálias.

O direito à palavra, ao protesto pacífico, agora está sendo cerceado e vergonhosamente reprimido, e o uso indiscriminado da força coercitiva está sendo feito com o objetivo de sustentar um governo impróprio e tiranizador, apoiado por políticas espúrias e gananciosas de países poderosos, como a China. Não é preciso muito para se corromper. Um pouco de poder, um pouco de elogio, um pouco de ilusão sobre si mesmo e o passado é esquecido, o caráter moral é colocado de lado, e lavamos as mãos. Desta forma, o governo da China (ele mesmo um dos mais responsáveis por atrocidades e desrespeito aos direitos civis nos últimos 60 anos, em especial no Tibet) - juntamente com outros governos submissos aos ditames da hipocrisia política e ao insaciável vício dos ganhos materiais - têm se mantido declaradamente desinteressado em agir para que o sistema repressor de Myanmar aceite um mínimo de abertura político-social. O governo chinês afirma que a crise na Birmânia é um 'assunto interno'. Mas tal assunto interno não impede ou impediu que por décadas este mesmo governo chinês influenciasse ativamente a política birmanesa e retirasse seus pomposos lucros. Esse é o mundo em que vivemos, o da mentira institucionalizada, o do lucro pessoal sobrepujando qualquer dignidade e defesa por causas mais que justas.


Em outro extremo, temos a ONU (tristemente diminuída em seu direito e poder como legisladora das melhores práticas na diplomacia mundial, e sem condições para intervir com determinação e eficiência em governos claramente insensíveis aos anseios de seus próprios cidadãos) em uma contínua busca por fomentar um consenso realmente válido entre os países que determinam e controlam suas ações - a saber, os Estados Unidos, a China, Rússia, França e Inglaterra.

Juntamente a estas sérias críticas, o Colegiado Buddhista deseja manifestar o seu mais profundo pesar e protesto ao comportamento covarde e omisso da chancelaria brasileira, em mais um momento importante na história das relações internacionais. O Brasil, certamente o mais influente país da América Latina, não pode sustentar o argumento de que uma opinião oficial a respeito não tenha influência.
É certo que uma declaração veemente e direta a favor do bem maior da população civil birmanesa, e uma ação contundente contra aquela ditadura baseada em sanções políticas que não prejudiquem o seu povo, seria uma forma digna e correta do governo brasileiro atual demonstrar-se realmente capaz de agir com força e coragem para contribuir pelo desenvolvimento de uma nova política mundial de inter-relações governamentais, e reforçar o valor do Brasil como um membro atuante e firme no cenário político-social do planeta.

Entretanto, o governo brasileiro mais uma vez prefere fazer-se míope às imagens de sofrimento e repressão (esquecendo do terrível passado ditatorial de nosso país) e surdo aos protestos e ao bom senso, e opta por divulgar uma declaração pobre e superficial, onde admite seu desinteresse e incapacidade em agir de forma soberana e independente. Corroborando pressões de ideologias internacionais perversamente cerceadoras dos direitos humanos, e subordinando-se puramente à sedução das vantagens e lucros adquiridos em acordos econômico de interesse, o governo brasileiro vergonhosamente se faz valer de palavras inócuas, declarações ambíguas e um não-envolvimento inadmissível para um país com tanta influência potencial nos assuntos mundiais como o nosso.

O mundo atual sofre uma grave crise humanista, e não humanitária. Por crise de humanismo queremos dizer uma crise de contato, inter-relações, honestidade e valores éticos fundamentados em consciência e discernimento - e não em políticas de poder militar intervencionista, em discursos diplomáticos inócuos e ineficientes ou em artificialismo assistencialista direcionado às populações em crise. Esta é uma situação que, em essência, depende de uma corajosa manifestação em favor de ações governamentais renovadoras e claramente eficientes. Ao mesmo tempo, cabe à sociedade civil brasileira - representada pelos seus mais conscientes líderes e organizadores - apresentar ao mundo uma visão integrada, amadurecida, da problemática do sofrimento, da violência e do trato aos regimes de exceção.

Já não cabe mais debatermos fórmulas sobre o fim dos crimes sociais apenas em nossos bairros, cidades e em nosso próprio país; é imprescindível que compreendamos o fenômeno do ódio, da ignorância e da violência tendo como base a natureza insalubre das relações humanas em âmbito mundial, e o caráter completamente incorreto no modo como as instituições sociais e políticas desenvolvem seus parâmetros de ação e gerenciamento das profundas e complexas estruturas organizacionais dos assuntos humanos. O problema não é apenas nosso (dos brasileiros), mas de todos nós (dos seres humanos), em todo o mundo e além de qualquer fronteira.

Colegiado Buddhista Brasileiro


Para acompanhar os acontecimentos de Mianmar em português, clique aqui.

Para um resumo dos antecedentes das notícias mais recentes, clique aqui.

Leia a Declaração de Suporte à luta democrática birmanesa do Colegiado Buddhista Brasileiro (CBB)

Para acompanhar os acontecimentos de Mianmar em inglês ou em birmanês:

Mizzima News (Site da oposição birmanesa no exílio, em inglês)

Burma Watch (Organização de suporte ao movimento democrático, em inglês)

Associação de Ajuda aos Prisioneiros Políticos (Assistance Association for Political Prisoners, AAPP) - Site em inglês

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sexta-feira, 19 de outubro de 2007

O poder da não-violência


Por Shaazka Beyerle e Cynthia Boaz

Não causou surpresa a junta de Mianmar ter reprimido violentamente a "revolução açafrão". Os generais tinham perdido toda a credibilidade aos olhos de sua população e lhes restava apenas uma única ferramenta de controle -a repressão.

Mas independente de quantas armas e tanques disponham, os generais ainda dependem de soldados comuns para a realização do trabalho sujo. A história ensina que assim que pessoas suficientes deixarem de se importar com suas ordens, ou trocarem de lado, o poder da junta se desintegrará.

Segundo este ponto de vista, a revolução açafrão não acabou, ela apenas começou.

Continua... (Clique aqui e leia o texto na íntegra)


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terça-feira, 16 de outubro de 2007

BIRMÂNIA LIVRE! – AÇÃO DIRETA

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Envie um e-mail ao Secretário Geral da ONU pedindo medidas para pôr fim às brutalidades contra os presos políticos birmaneses

Os militares de Mianmar, a antiga Birmânia, continuam prendendo, torturando, sequestrando ilegalmente, assassinando e fazendo desaparecer quem participa das demonstrações pacíficas em prol da democracia no país.

Clique aqui e envia um e-mail ao Secretário Geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, pressionando para medidas mais concretas para assegurar o fim do brutal tratamento dado aos presos birmaneses. Aja já!


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sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Entrevista à Monja Coen: “A vida em harmonia com a própria vida”

Por Paulo Stekel

Monja Coen Sensei é missionária oficial da tradição Soto Shu - Zen Budismo, com sede no Japão, e é a Primaz Fundadora da Comunidade Zen Budista, criada em 2001. Foi ordenada monja em 1983, quando foi para o Japão, lá permanecendo por 12 anos, sendo 8 dos primeiros anos no Convento Zen Budista de Nagoia, Aichi Senmon Nisodo e Tokubetsu Nisodo.

Retornou ao Brasil em 1995, e liderou as atividades no Templo Busshinji (São Paulo), sede da tradição Soto Shu para a América do Sul, durante seis anos. Foi, em 1997, a primeira mulher e primeira pessoa de origem não japonesa a assumir a Presidência da Federação das Seitas Budistas do Brasil, por um ano.

Participa de encontros educacionais, interreligiosos e promove a Caminhada Zen, em parques públicos, com o objetivo de divulgação do princípio da não-violência e a criação de culturas de paz, justiça, cura da Terra e de todos os seres vivos.

Continua... (Clique aqui para ler a entrevista na íntegra)


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quinta-feira, 11 de outubro de 2007

NOTÍCIAS MIANMAR

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Divulgamos o texto integral do discurso que foi pronunciado pelo Monge Gensho, fundador e responsável oficial do Colegiado Buddhista Brasileiro, no evento ecumênico em favor da paz e justiça em Mianmar que ocorreu na quinta-feira, 25 de Outubro, no Templo Busshinji de São Paulo.

Participaram do evento, entre outros, líderes de várias escolas budistas presentes no Brasil, representantes da sociedade civil e líderes políticos.

Manifesto Buddhista em Favor da Paz e Justiça

Senhoras e senhores, nossos estimados irmãos e irmãs unidos em paz,

Aqui estamos, unidos sob a honrosa bandeira da Compreensão e Fraternidade, além das diferenças, além dos racionalismos e conceitos rígidos, além das superficialidades e hipocrisias sociais, políticas ou religiosas, prontos para nos manifestar fortemente a favor da dignidade humana, do valor à vida e do direito à liberdade.

Seja nas vielas de favelas e guetos, seja nas ruas e moradas pobres ou abastadas , não existe momento mais desafiador para o espírito humano do que aquele terrível instante, quando toda a dignidade, amor e direitos essenciais são retirados de homens ou mulheres, crianças ou velhos, deixando-os despojados da simples e mais valiosa dádiva na sociedade: a justiça democrática e o respeito à integridade individual.

Esta manifestação é feita em prol da vida humana. A prática buddhista se fundamenta no reconhecimento cabal de que as bases psico-emocionais do ódio, da ambição, da violência e da ignorância - extremamente insalubres e destruidoras da vida e do bem-estar - não podem jamais ser transformadas e curadas sem a compreensão de que as injustiças sofridas por um indivíduo não podem ser valoradas em função de distâncias ou fronteiras; cada ação injusta na Terra representa uma vida desrespeitada, seja esta humana (independentemente se sua nacionalidade, cor, credo ou condição social) ou mesmo de outros seres no planeta. Essa é a essência da paz e da compreensão: a sabedoria de praticar o respeito aos seres e ao mundo, sem imaginar que este respeito somente nos fala se ele estiver sendo praticado em nossa comunidade, em nosso país, em nossa vizinhança. Estamos todos integrados, somos todos parte de um processo crucial de crescimento e aprendizagem espiritual - esta é uma verdade inalienável.

O buddhismo, como religião constituída, sustenta-se na prática constante de uma ética da consciência, no exercício permanente de compreensão e compaixão profunda, e no respeito à pluralidade de posturas e convicções. Mas não é uma religião condescendente ao fanatismo, à corrupção política ou social, e ao supremo domínio do poder militar, do terrorismo de estado.

Desta forma, o Colegiado Buddhista Brasileiro, entidade pluralista e multidisciplinar que procura contribuir para o diálogo e a cooperação entre os vários líderes, orientadores e praticantes buddhistas pertencentes às suas diversas escolas tradicionais, vem a público manifestar seu repúdio ao tratamento degradante, criminoso e trágico que o governo ditatorial de Myanmar está perpetrando neste país. Neste momento, monges e civis estão sofrendo mortes, seqüestros, torturas e prisões. Segundo fontes da imprensa os monges tomaram as ruas da capital Yangon e de outras cidades meses atrás entoando trechos de escrituras buddhistas, dentre eles o Metta Sutta que exalta o amor e a compaixão aos seres humanos. O que começou com algumas dúzias de monásticos desejosos de justiça e respeito social para todos tornou-se uma das maiores manifestações naquele país, mas com uma característica ímpar: imbuídos de extrema compaixão, os monges solicitaram à população leiga que não os acompanhassem, nem que fizessem quaisquer movimentos contra o governo, de modo que tais leigos não sofressem represálias.

O direito à palavra, ao protesto pacífico, agora está sendo cerceado e vergonhosamente reprimido, e o uso indiscriminado da força coercitiva está sendo feito com o objetivo de sustentar um governo impróprio e tiranizador, apoiado por políticas espúrias e gananciosas de países poderosos, como a China. Não é preciso muito para se corromper. Um pouco de poder, um pouco de elogio, um pouco de ilusão sobre si mesmo e o passado é esquecido, o caráter moral é colocado de lado, e lavamos as mãos. Desta forma, o governo da China (ele mesmo um dos mais responsáveis por atrocidades e desrespeito aos direitos civis nos últimos 60 anos, em especial no Tibet) - juntamente com outros governos submissos aos ditames da hipocrisia política e ao insaciável vício dos ganhos materiais - têm se mantido declaradamente desinteressado em agir para que o sistema repressor de Myanmar aceite um mínimo de abertura político-social. O governo chinês afirma que a crise na Birmânia é um 'assunto interno'. Mas tal assunto interno não impede ou impediu que por décadas este mesmo governo chinês influenciasse ativamente a política birmanesa e retirasse seus pomposos lucros. Esse é o mundo em que vivemos, o da mentira institucionalizada, o do lucro pessoal sobrepujando qualquer dignidade e defesa por causas mais que justas.


Em outro extremo, temos a ONU (tristemente diminuída em seu direito e poder como legisladora das melhores práticas na diplomacia mundial, e sem condições para intervir com determinação e eficiência em governos claramente insensíveis aos anseios de seus próprios cidadãos) em uma contínua busca por fomentar um consenso realmente válido entre os países que determinam e controlam suas ações - a saber, os Estados Unidos, a China, Rússia, França e Inglaterra.

Juntamente a estas sérias críticas, o Colegiado Buddhista deseja manifestar o seu mais profundo pesar e protesto ao comportamento covarde e omisso da chancelaria brasileira, em mais um momento importante na história das relações internacionais. O Brasil, certamente o mais influente país da América Latina, não pode sustentar o argumento de que uma opinião oficial a respeito não tenha influência.
É certo que uma declaração veemente e direta a favor do bem maior da população civil birmanesa, e uma ação contundente contra aquela ditadura baseada em sanções políticas que não prejudiquem o seu povo, seria uma forma digna e correta do governo brasileiro atual demonstrar-se realmente capaz de agir com força e coragem para contribuir pelo desenvolvimento de uma nova política mundial de inter-relações governamentais, e reforçar o valor do Brasil como um membro atuante e firme no cenário político-social do planeta.

Entretanto, o governo brasileiro mais uma vez prefere fazer-se míope às imagens de sofrimento e repressão (esquecendo do terrível passado ditatorial de nosso país) e surdo aos protestos e ao bom senso, e opta por divulgar uma declaração pobre e superficial, onde admite seu desinteresse e incapacidade em agir de forma soberana e independente. Corroborando pressões de ideologias internacionais perversamente cerceadoras dos direitos humanos, e subordinando-se puramente à sedução das vantagens e lucros adquiridos em acordos econômico de interesse, o governo brasileiro vergonhosamente se faz valer de palavras inócuas, declarações ambíguas e um não-envolvimento inadmissível para um país com tanta influência potencial nos assuntos mundiais como o nosso.

O mundo atual sofre uma grave crise humanista, e não humanitária. Por crise de humanismo queremos dizer uma crise de contato, inter-relações, honestidade e valores éticos fundamentados em consciência e discernimento - e não em políticas de poder militar intervencionista, em discursos diplomáticos inócuos e ineficientes ou em artificialismo assistencialista direcionado às populações em crise. Esta é uma situação que, em essência, depende de uma corajosa manifestação em favor de ações governamentais renovadoras e claramente eficientes. Ao mesmo tempo, cabe à sociedade civil brasileira - representada pelos seus mais conscientes líderes e organizadores - apresentar ao mundo uma visão integrada, amadurecida, da problemática do sofrimento, da violência e do trato aos regimes de exceção.

Já não cabe mais debatermos fórmulas sobre o fim dos crimes sociais apenas em nossos bairros, cidades e em nosso próprio país; é imprescindível que compreendamos o fenômeno do ódio, da ignorância e da violência tendo como base a natureza insalubre das relações humanas em âmbito mundial, e o caráter completamente incorreto no modo como as instituições sociais e políticas desenvolvem seus parâmetros de ação e gerenciamento das profundas e complexas estruturas organizacionais dos assuntos humanos. O problema não é apenas nosso (dos brasileiros), mas de todos nós (dos seres humanos), em todo o mundo e além de qualquer fronteira.

Colegiado Buddhista Brasileiro


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quarta-feira, 10 de outubro de 2007

NOTÍCIAS MIANMAR

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Presos foram tratados como animais, diz monge

Por Aung Hla Tun

Centenas de monges budistas presos pela junta militar que controla Mianmar, a antiga Birmânia, foram espancados e tratados como animais, sem ter acesso a um banheiro ou a água potável durante dias de interrogatórios, afirmou na quinta-feira um dos monges libertados.

"No começo, as coisas estavam péssimas", disse à Reuters o homem, que pediu para sua identidade não ser divulgada com medo de sofrer represálias por manifestar-se contra o atual governo, a face mais recente de uma ditadura militar iniciada 45 anos atrás.

Mantidos presos durante mais de uma semana em um complexo que abrigava antes o Instituto Técnico do Governo, no norte de Yangun, os monges -- figuras reverenciadas nesse país majoritariamente budista -- viram-se privados de seus tradicionais robes monásticos e tratados como criminosos comuns.

"Quando um de nós referia-se a si mesmo como monge, recebia um tapa", disse o monge. "O interrogador então dizia: 'Você não é mais um monge. Você é apenas um homem comum com a cabeça raspada'."

Os monges, considerados pelos militares como o maior desafio a seu domínio devido à autoridade moral deles, ficaram em locais tão apertados que não tinham espaço para se deitar.

Durante dias, não puderam ir ao banheiro, não conseguiram lavar as mãos e foram obrigados a pegar punhados de arroz mal cozido com os próprios dedos.

Em determinados momentos, em meio à incessante enxurrada de perguntas para identificar os líderes das manifestações recentes, as maiores realizadas contra a junta militar nos últimos 20 anos, os monges que forneciam respostas consideradas erradas ou inadequadas eram atingidos na cabeça ou chutados, contou o homem libertado.

Os meios de comunicação do país, controlados pelo governo, só admitem que 10 pessoas foram mortas na onda de repressão iniciada na última semana de setembro, a primeira resposta incisiva e violenta do regime militar contra os protestos. Governos do Ocidente e testemunhas birmanesas da repressão, no entanto, afirmam que a cifra real é muitíssimo maior (clique aqui para mais detalhes).

Fonte: Reuters


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EM PROL DA MÃE TERRA

Apoia o movimento para ampliar a competência do Tribunal Penal Internacional aos crimes ambientais!

A Academia Internacional de Ciências Ambientais, uma associação presidida pelo Prêmio Nobel da Paz argentino Adolfo Pérez Esquivel e que conta, entre seus integrantes, com S. S. o Dalai Lama, está articulando um movimento global a favor da inclusão dos crimes ambientais entre as competências do Tribunal Penal Internacional da Haia, na Holanda, que julga crimes contra a humanidade.

Deste jeito, a corte internacional estaria habilitada para julgar e punir os responsáveis de desastres ambientais como Chernobyl, Bhopal, Texaco e outros e ter mais chances de evitar que a violência do ser humano contra a Mãe Terra, como a produção de gases que incrementam o efeito estufa através - por exemplo – do desmatamento selvagem, fiquem (e continuem se sentindo) impunes. Da mesma forma, as empresas multinacionais que cometerem crimes ambientais intencionais poderiam ser julgadas por crimes contra a humanidade.

Para apoiar a iniciativa, elaborou-se uma Carta que pode ser assinada por todas as pessoas e as organizações interessadas. A Rede Brasileira de Budistas Engajados assinou e convida tod@s os leitores deste blog a fazerem o mesmo.


Clique aqui e assine a Carta da Academia Internacional de Ciências Ambientais aos Estados signatário do Estatuto do Tribunal Penal Internacional para ampliar as competências deste último aos crimes ambientais.

Para ler a Carta em espanhol, clique aqui.

Para ler a Carta em inglês, clique aqui

terça-feira, 9 de outubro de 2007

NOTÍCIAS MIANMAR

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O partido de Aung San Suu Kyi não aceita condições para o diálogo com o regime

A formação opositora Liga Nacional pela Democracia (LND), da Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, advertiu hoje que não dialogará com a Junta Militar de Mianmar (antiga Birmânia) se houver a imposição de condições.

"O desejo de conseguir êxito é muito importante, e por isso não deve ser fixada nenhuma condição prévia", afirmou a LND em comunicado.

Segundo a formação política opositora, a única que resiste à forte pressão exercida pelo regime militar, "o sucesso do diálogo está na sinceridade e no espírito de dar e pedir".

O chefe da Junta Militar, general Than Shwe, tinha expressado ao enviado especial da ONU, Ibrahim Gambari, que visitou Mianmar de 29 de setembro a 2 de outubro, sua disposição de se encontrar com Suu Kyi se esta abandonasse a atitude de "confronto", disseram fontes diplomáticas.

O regime militar anunciou hoje que esperava manter "relações fluentes" com Suu Kyi, após designar um interlocutor oficial com ela e Nações Unidas.

Os generais birmaneses, que governam o país desde 1962, enfrentaram no final de setembro as maiores manifestações governamentais em 19 anos, e reprimiram com violência.

O Governo só reconhece dez mortos e 2.700 pessoas detidas durante a brutal repressão, mas fontes da dissidência elevam o número de vítimas fatais para cerca de 200.

Fonte: EFE


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LUTA DEMOCRÁTICA NA BIRMÂNIA - OPINIÃO

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Monge budista desde pequenininho

Por Levi Corrêa de Araújo - Pastor

Até que poderia arrumar menos confusão se no título do artigo trocasse monge budista por ativista birmanês. Obviamente, não faz falta muita pesquisa para saber que birmanês e budista na “Terra dos Templos” são quase sinônimos. Dos 45,6 milhões de habitantes, 87% são budistas, quase 6 % cristãos e 4% islâmicos.

Quero elogiar com profunda solidariedade e apoiar com minhas orações os monges budistas de Mianmar e lamentar que os cristãos evangélicos da antiga Birmânia não estejam entre os protagonistas de uma resistência justa e legítima contra a Junta Militar que reprime com mão de ferro prendendo, exilando e matando as pessoas que lutam por liberdade naquele país que se tornou independente do domínio britânico em meados do século passado.

Vale destacar que essa postura alienada de silencio obsequioso ou de sustentação a regimes opressores não cabe àqueles cristãos. A espiritualidade dos monges birmaneses – pelo menos nesse momento histórico - é a única que faz sentido. Uma espiritualidade que não é o ópio do povo e que na terra do ópio resiste à ditadura e clama por liberdade. Insisto: Que outra espiritualidade faria sentido?

Sou seguidor de Jesus de Nazaré, mas hoje eu sou monge budista birmanês desde pequenininho. Arrisco mais uma vez ter o estigma de herege e espero as pedradas dos incautos, pois sempre estarei do lado de todo devoto que se expõe sem medo de ser o que é e ao lado da justiça contra todo e qualquer regime opressor, seja ele, inclusive, de confissão religiosa.


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segunda-feira, 8 de outubro de 2007

NOTÍCIAS MIANMAR

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A Junta Militar retira soldados das ruas de Yangun

Por Aung Hla Tun

A junta no poder em Mianmar reduziu drasticamente o número de tropas de segurança em Yangon no domingo, aparentemente confiante de que não enfrentará novos protestos populares contra o regime militar, mas as ruas permanecem tranqüilas e as detenções continuam.

As últimas barricadas foram removidas do centro da ex-capital nas redondezas dos templos de Shwedagon e Sule, que foram o cenário dos protestos reprimidos por soldados que atiraram na multidão e prenderam monges e outros manifestantes.

As poucas pessoas nas ruas disseram ainda estar temerosas. A Internet, por onde imagens dramáticas da repressão às manifestações foram exibidas para o mundo, permanece cortada.

Pessoas nas ruas estavam com medo de dar declarações, embora os generais no poder tenham afirmado pela primeira vez estarem dispostos a negociar com a líder presa Aung San Suu Kyi, mas sob condições que ela não deverá aceitar.

O general Than Shwe, chefe da junta, propôs negociar desde que Suu Kyi abandone o "confronto" e seu apoio a sanções que devem causar "total devastação".

Analistas de Mianmar previnem contra o otimismo já que esperanças de mudanças no passado foram esmagadas com freqüência, principalmente no episódio em que 3.000 pessoas foram mortas durante a repressão a uma revolta em 1988.

O enviado especial da ONU Ibrahim Gambari disse a repórteres na sexta-feira, após reportar ao Conselho de Segurança sobre sua visita de quatro dias a Mianmar, ter visto oportunidades para negociações entre a junta e Suu Kyi, que se encontrou com Gambari duas vezes.

"Nas nossas conversas, ela me pareceu muito ansiosa para estabelecer o diálogo", desde que não houvesse pré-condições, segundo Gambari.

Não foram divulgadas declarações de Suu Kyi, de 62 anos, que passou 12 dos últimos 19 anos em prisão domiciliar em Yangon, sem telefone, recebendo visitas raramente e apenas sob permissão oficial.

A junta afirma que dez pessoas foram mortas durante os protestos que começaram com pequenas marchas contra o aumento dos preços dos combustíveis em agosto. Testemunhas birmaneses, porém, afirmam que o número é muito maior.

Fonte: Reuters


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Burma Watch (Organizaç
ão de suporte ao movimento democrático, em inglês)

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domingo, 7 de outubro de 2007

BIRMÂNIA LIVRE!

Clique aqui e aja diretamente em apoio à luta democrática e não-violenta dos monges e monjas da Birmânia

Participe do Dia Internacional de Ação pela Liberdade na Birmânia!

Várias passeatas estão sendo organizadas em diversas partes do mundo para este domingo, 7 de outubro, como parte do International Day of Action for a Free Burma (Dia Internacional de Ação pela Liberdade na Birmânia). Uma lista das vigílias, em inglês, pode ser vista aqui. Para saber mais sobre a iniciativa, acesse o site (em inglês) da organização Burma Watch, de suporte ao movimento democrático birmanês.


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sexta-feira, 5 de outubro de 2007

NOTÍCIAS MIANMAR

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A Junta Militar admite que mantém 109 monges detidos, mas acredita-se que muitos mais estejam presos ou desaparecidos

A Junta Militar de Mianmar, a ex-Birmânia, admitiu nesta sexta-feira que, na semana passada, as forças se segurança invadiram 18 mosteiros budistas e prenderam mais de 700 pessoas, mas “só” 109 monges teriam ficado detidos, segundo anunciou um alto funcionário do Ministério do Interior através da televisão estatal.

Fontes da inteligência do regime que fugiram da Birmânia recentemente e solicitaram asilo político no exterior por terem se recusado a realizar o “trabalho sujo” da repressão, porém, denunciaram que milhares de monges foram sequestrados clandestinamente, torturados, assassinados e seus corpos feitos desaparecer desde o início da repressão dos protestos pela democracia, e muitos outros foram detidos e deportados para campos de concentração na região norte do país onde além de vexames, maus tratos e condições de vida desumanas, têm que suportar temperaturas por debaixo do zero.


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quinta-feira, 4 de outubro de 2007

NOTÍCIAS MIANMAR

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A Junta Militar continua a repressão brutal do movimento democrático

Por Miguel F. Rovira


Com a repressão dos protestos e a prisão da maioria dos religiosos e políticos que os lideraram, as forças de segurança continuam prendendo hoje os birmaneses que apoiaram a mobilização popular contra a Junta Militar.


A campanha que pretende acabar com toda oposição ao regime passa agora a prender quem tiver sido visto ou filmado pelos agentes do temido serviço de inteligência, dirigido pelo chefe da Junta Militar, general Than Shwe, desde os expurgos do fim de 2004.

Naquele ano, a luta interna pelo poder vencida pela linha-dura da Junta Militar levou à cassação e à detenção do então primeiro-ministro, o general Khin Nyunt, condenado posteriormente a 44 anos de prisão.

Também são alvo da forte campanha de repressão os estudantes e os jornalistas que colaboraram com a imprensa estrangeira no vazamento de informações e imagens da repressão, segundo moradores de Yangun.

Além da prisão de cerca de 150 membros da Liga Nacional pela Democracia (LND), o partido liderado pela vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 1993, Aung San Suu Kyi, as forças de segurança tentam desmantelar o movimento "Geração de Estudantes 88", que organizou as manifestações de agosto contra o aumento de 500% nos preços dos combustíveis.

O "Geração 88", integrado por muitos dos universitários que participaram da revolta de 1988, desempenhou nos últimos anos o papel de oposição e promoveu uma série de campanhas de desobediência civil para desafiar abertamente a Junta Militar.

"O regime militar sabe que foram os ativistas do 'Geração 88' que passaram a liderança dos protestos aos monges", disse à Efe Naing Oo, dissidente birmanês exilado na Tailândia.

Hoje, a televisão estatal informou que o general Than Shwe está disposto a se reunir com Aung Sang Suu Kyi quando ela "abandonar sua postura de confronto". Na TV, o Governo militar afirmou que Than Shwe expressou a Gambari sua disposição de falar com a líder da oposição.

A maior parte dos mosteiros de Yangun continua vazia. Nas ruas, ainda é notável a presença de militares e a população teme represálias e as incessantes batidas dos agentes que mostram aos moradores as fotografias de pessoas procuradas.

"Por trás da fachada de normalidade nas ruas, há muito medo. Milhares de pessoas não se atrevem a sair por medo de serem presas", disse um dissidente birmanês à Radio Free Asia.

Muitos dos monges veteranos e noviços que foram libertados após ficarem detidos por vários dias tentam sair de Yangun. Enquanto isso, as forças de segurança mantêm controle ferrenho em volta dos maiores mosteiros.

Em alguns mosteiros, como o de Magwe, em Pakokku, de onde partiram as primeiras manifestações pacíficas, os monges se revezam a cada noite para ficar atentos a novas e eventuais invasões por soldados.

Os militares estimam que prenderam cerca de 6.000 pessoas (entre elas, mais de 1.000 monges) desde o dia 26, quando começou a repressão às manifestações, a proibição a encontros públicos e foi imposto o toque de recolher em Yangun e Mandalay, as duas maiores cidades do país.

Pelo menos 16 pessoas morreram, entre elas um repórter japonês, apesar de o Governo admitir apenas dez mortes enquanto a dissidência calcula o número em mais de 200.

Hoje, fontes do LND disseram ao jornal israelense Ha'aretz que o número de monges mortos pode chegar a 300. Algumas das vítimas teriam sido enterradas vivas, enquanto os corpos de outros foram queimados em áreas abertas a 25 quilômetros de Yangun.

As mesmas fontes acrescentam que mais de 160 dos dirigentes do partido foram presos em diferentes pontos do país. Mesmo assim, o LND pensa em continuar com as manifestações e protestos por mais 10 ou 15 dias.

O Ministério de Informação, sob o comando do general-de-brigada Kyaw Hsan, dirige a campanha contra os jornalistas que colaboraram com a imprensa estrangeira, cuja entrada no país foi proibida.

As manifestações em Mianmar começaram em 19 de agosto em protesto contra a alta dos preços dos combustíveis e se transformaram em um desafio à Junta Militar após a violência sofrida por monges budistas nas mãos de soldados e policiais.

Fonte: EFE

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A Paz Começa Aqui


Palestinos e israelenses escutando-se uns aos outros


Por Thich Nhât Hanh*

Eu vivi durante duas guerras do Vietnã e sei o que é a guerra - você nunca sabe se estará vivo esta tarde ou à noite. Existe medo, raiva e desespero. Se você não conseguir lidar com essas coisas, não conseguirá sobreviver. É por isso que a nossa prática é fazer um pic-nic aqui e agora, sem esperar. É possível para os israelenses e palestinos fazerem um pic-nic para que todos possam aproveitar cada momento? Acho que sim.

O pic-nic pode estar acontecendo agora mesmo, neste exato momento. Uma bomba pode explodir hoje, mas, mesmo assim, faremos nosso pic-nic. Estamos todos juntos sentados aqui. Não há nada a fazer. Apenas sentir o prazer de estarmos sentados, sem preocupação - por que sentar-se é um prazer. Ouvir alguém falar também é um prazer. Não precisamos aprender nada, passar em nenhuma prova ou ter diploma. Apenas sentamos e aproveitamos a inspiração e a expiração, ouvindo alguém falando sobe paz. Não é minha intenção dar a ninguém idéias sobre a paz; vocês já estão cheios de idéias. Nossa intenção é sermos paz, aqui, nesse presente instante.

Continua...



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íntegra, clique aqui.

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quarta-feira, 3 de outubro de 2007

BIRMÂNIA LIVRE! – FREE BURMA!

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Free Burma!


Que o amor e a bondade prevaleçam sobre todas as coisas!


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Monges tentam fugir de Yangun para evitar prisão

Monges budistas estão tentando deixar Yangun, depois da repressão policial aos manifestantes que participaram dos protestos contra o governo militar de Mianmar.

Testemunhas contaram ter visto vários monges na estação ferroviária e rodoviária, enquanto motoristas de ônibus estariam se recusando a transportá-los por medo de não conseguir combustível.

Centenas de pessoas foram presas e a polícia continua realizando batidas noturnas.

Na terça-feira, o Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou uma resolução em que "deplora fortemente a violenta repressão aos protestos pacíficos em Mianmar" e pede que as autoridades recebam o relator especial para direitos humanos em Mianmar das Nações Unidas, Paulo Sergio Pinheiro, para avaliar a situação.

O enviado especial da ONU, Ibrahim Gambari, está preparando um relatório sobre sua recente visita ao país, quando se reuniu com militares da junta do governo e com a líder da oposição Aung San Suu Kyi.

Gambari chegou a Mianmar na semana passada, depois que imagens da violenta repressão aos protestos foram divulgadas para o mundo.
Segundo as autoridades, dez pessoas morreram, mas diplomatas e ativistas acreditam que este número seja bem maior.

Há informações de que centenas de monges foram detidos e fontes disseram à BBC que eles serão mandados para prisões no extremo norte do país. Há informações de que outros manifestantes estão desaparecidos.

Segundo informações de Yangun, cerca de 25 monges foram presos durante uma batida policial a um templo, na madrugada de quarta-feira.

Yangun está calma, com tropas patrulhando as ruas e advertindo manifestantes para que fiquem em casa. Uma testemunha contou que as pessoas parecem bastante amedrontadas.

Também há informações de que um oficial do Exército de Mianmar fugiu para a Tailândia na, aparentemente, primeira deserção desde o início da violência.

O oficial, cuja unidade foi enviada a Yangun para coibir os manifestantes, disse que não queria espancar ou atirar em monges - que são venerados na sociedade birmanesa, e agora procura asilo.

O correspondente da BBC Chris Hogg disse que esta é uma rara demonstração de divisão entre os militares, e que grupos dissidentes deverão explorar o fato como prova de que alguns jovens oficiais são contra a violenta repressão.

Mas segundo os correspondentes da BBC não há sinais de que outros estejam preparados a seguir os passos do oficial que teria fugido para a Tailândia.

Fonte: UOL Notícias


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NOTίCIAS MIANMAR

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Meios de comunicação da opisição denunciam novas detenções em Yangun


Um número indeterminado de pessoas foram detidas hoje pelas forças de segurança em Yangun, a cidade mais importante de Mianmar, um dia depois que o enviado especial da ONU, Ibrahim Gambari, se encontrou com o líder da Junta Militar, Than Shwe, para tentar solucionar a crise.


A missão de Gambari tinha como objetivo comunicar ao "homem forte" de Mianmar a preocupação da ONU pela grave repressão que as autoridades exercem contra os partidários de uma mudança democrática no país asiático.

Fontes da dissidência disseram que as detenções foram feitas ontem à noite e esta madrugada em áreas próximas ao pagode de Shwedagon, um dos centros dos protestos e lugar sagrado dos monges budistas.

Segundo testemunhas, cerca de oito caminhões que transportavam prisioneiros foram vistos enquanto atravessavam as ruas do centro velho de Yangun.

Fonte: EFE


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