“(...) encontramos um padre budista que eu tinha visto numa passeata de protesto alguns dias antes na frente do prédio do parlamento nacional japonês. Centenas de manifestantes se reuniram para protestar contra o envolvimento das Forças de Defesa japonesas na guerra do Iraque, exigindo a libertação dos reféns japoneses lá. No saguão do prédio as pessoas se amontoavam para ouvir os discursos políticos. Havia câmeras por toda parte. Outros grupos com seus próprios programas lutavam para obter exposição na mídia. Em meio a esse caos, discretamente posicionado na calçada da frente do prédio, Takeda Takao liderava alguns sacerdotes empunhando cornetas, tambores e bandeiras. A presença deles emprestava certa calma ao cenário tão carregado de energia.
“(...) Takeda nos contou que fazia parte da Nipponzan Myohoji, uma organização budista internacional fundada no início do século XX. Os monges e monjas dessa seita organizam longas caminhadas, cantando e batendo seus tambores em apelo à paz por todo o mundo, uma tática inspirada
“Perguntei como tinha se tornado um radical.
“- Não sou radical – ele interrompeu. – Isto é lógico e prático. Atos de violência perdem sempre. Os canais burocráticos são um labirinto infindável. O protesto pacífico é o único modo de mudar alguma coisa. A raiva gera mais raiva no mundo. Pessoas pacíficas criam um planeta pacífico.
“Os protestos de meados dos anos 1970 contra a construção do Aeroporto Internacional de Narita, a
(Págs. 246 e 247 do livro Buda ou o desapego, de Perry Garfinkel, ed. Rocco.)
Obs. A Nipponzan Myohoji é uma linhagem do Budismo Nichiren, tem como base os ensinamentos do Sutra do Lótus e o Sagrado Mantra Namu Myou Hou Ren Gue Kyou.
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