domingo, 23 de dezembro de 2007

Mensagem de Natal e Ano Novo


Por falar a verdade, não sou muito chegado a mensagens “de ocasião”. Não desdenho, porém, nenhuma oportunidade de parar por um instante e tocar profundamente os pensamentos e sensações que épocas como esta trazem à minha consciência mental.

Pois bem, num mundo em que o desmatamento selvagem e a queima de combustíveis fósseis, realizados para sustentar o teor de vida de gente como nós, estão desertificando terras, derretendo geleiras, aumentando o nível dos oceanos, acabando com inteiras espécies, produzindo cada vez mais desastres naturais de proporções bíblicas, multiplicando a fome, a miséria, as doenças e gerando legiões de excluídos... num mundo em que recursos essenciais para a vida de todas as espécies, como a água, são cada vez mais escassos; em que para sustentar nosso desejo de comida rápida e sempre disponível extensões imensas de terra são subtraidas às florestas, os nossos pulmões fora do corpo, e a cultivos que poderiam contribuir a erradicar a fome de milhões de pessoas (a maioria crianças); em que para engrossar os lucros da agroindústria, que sustenta nossos níveis de consumo, cada vez mais hectares de terra são estuprados por cultivos transgênicos... num mundo em que se contaminam rios, se destroem lençóis freáticos, se polui o ar e muito, muito mais para alimentar os nossos estilos de vida atuais... num mundo como este, lembrar-se que a pessoa que está sendo comemorada nestes dias (independentemente das crenças de cada um) nasceu numa cocheira miserável e viveu a vida inteira na simplicidade deve dizer-nos alguma coisa.

Façamos com que a vida de Cristo - que é a única coisa que torna reais os seus ensinamentos - seja um “sino de despertar” para tod@s: ao observar o exemplo dele, toquemos as sementes positivas presentes em nós e tomemos consciência do que realmente precisamos para viver, descartando o supérfluo. Esqueçamos as vitrines coloridas e as luzes deslumbrantes dos shopping centers... Façamos com que o Natal seja uma ocasião – apenas mais uma! - para voltarmos à nós mesmos, transformar o nosso dia a dia e, assim, contribuir a espalhar paz, não-violência e respeito pela vida no nosso mundo.

O Natal converteu-se num símbolo mundial de consumo. Torço para que o seu significado originário (independentemente de sermos ou não cristãos) possa despertar em alguém a semente da plena consciência.

Um grande abraço a tod@s, um belíssimo Natal e um maravilhoso 2008... Que cada dia, cada hora, cada segundo deste ano novinho em folha que está se aproximando seja uma esplêndida oportunidade de viverem plenamente, sentirem-se livres, residirem na paz e cultivar a compreensão e o amor!

Com carinho,

Antonino Condorelli - Idealizador da Rede Brasileira de Budistas Engajados

domingo, 9 de dezembro de 2007

Para reaprender a lutar pela vida


Entrevista a
Amália Souza por Graciela Selaimen*

Amália Souza trabalha com ONGs há mais de vinte anos. Atualmente, lida mais especificamente com organizações ambientalistas. Ela conhece bem os sentimentos que mobilizam quem se dedica a melhorar a qualidade de vida no planeta, pelos mais diversos meios e linhas de ação. E está disposta a ajudar a resgatar em todas as pessoas que trabalham para mudar o mundo para melhor (e também aquelas que têm o desejo de fazê-lo) o sentido da ecologia profunda – através da qual podemos lidar melhor com os sentimentos de frustração, raiva, medo e dor que a expoliação desmedida do planeta desperta em todos nós.

Para isso, Amália trouxe para o Brasil os “Exercícios da Re-Conexão” - práticas desenvolvidas pelas pesquisadoras Joanna Macy e Molly Young Brown, que estão descritas no livro Nossa vida como Gaia – práticas para reconectar nossas vidas e nosso mundo. Disseminadora do trabalho de Joanna e Molly no Brasil, Amália realiza palestras e workshops, além de ter trabalhado para a tradução do livro e sua publicação. Nesta entrevista, ela explica de que se trata o trabalho de reconexão e fala sobre a importância de resgatarmos a nós mesmos, numa transformação individual e coletiva em direção a uma “Sociedade de Sustentação da Vida”.

* Fonte: Rets - Revista do Terceiro Setor


Clique aqui e leia a entrevista na íntegra


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