quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Por Reuters, reuters.com, Última atualização: 18/11/2009 14:11

Clima é mais urgente que solução política no Tibete - Dalai Lama

ROMA (Reuters) - O Dalai Lama pediu nesta quarta-feira que a China agisse para evitar o derretimento das geleiras do Tibete, dizendo que a crise ambiental é mais urgente do que uma solução política sobre o futuro do Tibete.

Durante uma cúpula sobre a fome mundial da Organização das Nações Unidas (ONU) em Roma, na Itália, o líder budista exilado advertiu que os rios alimentados pelas geleiras do Tibete e as montanhas cobertas de neve poderiam desaparecer entre 15 e 20 anos. Ele pediu que a China estudasse o problema junto a especialistas tibetanos.

"Uma solução política (para o Tibete) pode levar tempo, mas tudo bem, podemos esperar", disse o Dalai a jornalistas.

"Mas danos à ecologia, ano a ano, continuam acontecendo, então realmente precisamos de estudos sérios e precisamos ter um plano de proteção ambiental. Isso é muito, muito importante".

O platô Qinghai-Tibete é a fonte de muitos rios da Ásia, incluindo o Yang-tsé e o Mekong.

(Reportagem de Gavin Jones)

domingo, 1 de novembro de 2009

Karuna, Solidariedade

Este ano (2009),durante o Retiro de 21 Dias em Plum Village, Thich Nhat Hanh falou de novo que a tradução da palavra 'karuna' por compaixão (ele se refere naturalmente ao inglês, 'compassion', de onde saem a maioria das nossas traduções) não era uma boa tradução. Em muitos dos seus livros podemos encontrar passagens críticas à utilização dessa palavras. No livro "Ensinamentos Sobre o Amor" ele nos diz explicitamente:

"O segundo do aspecto do amor verdadeiro é karuna, a intenção e a capacidade de aliviar e transformar o sofrimento e abrandar as tristezas. Em geral, a tradução de karuna é compaixão, mas isso não está inteiramente correto. 'Compaixão' compõe-se de 'com' (junto com) e 'paixão' (sofrimento). Mas não precisamos sofrer para eliminar a dor de outra pessoa. Os médicos, por exemplo, podem aliviar a dor de seus pacientes sem que eles padeçam da mesma doença. Se sofrermos muito, poderemos ficar arrasados e incapazes de ajudar os outros".

Outros tradutores, os que são budistas pelo menos, também sentem o mesmo incômodo ao usar a palavra compaixão, principalmente devido ao fato de ela ser carregada de conotações cristãs tradicionais ligadas à piedade, etc. Além disso, a palavra compaixão carrega um sentido altamente dualista que fere a unidade budista original, isolando o sujeito (aquele que age com compaixão) e o objeto (aquele que interage na ação), fazendo-nos esquecer de que ambos intersão, segundo verbo cunhado por Thây (interbeing/interser), que ambos são interdependentes. Ou, para seguir o método usado no Sutra do Coração, ninguém dá, ninguém recebe, nem compaixão, nem não-compaixão...

Por isso, no meu blog dedicado a Thây (interserblog.blogspot.com) e nos textos traduzidos por mim, utilizo a palavra 'solidariedade' no lugar de 'compaixão'.

Uma senhora certa vez criticou o meu uso dessa tradução dizendo que poderia sentir compaixão por um assassino, mas jamais sentiria solidariedade. Essa crítica só fez acender mais ainda um alerta para o uso indevido da palavra "compaixão" em um contexto não-cristão.

Tenho percebido que quando alguém diz que sente compaixão por alguém que comete um crime, mesmo que horrendo, na verdade ela está pensando "Que Deus tenha piedade dessa alma, eu não posso fazer nada!". Mas o Budismo não encara dessa maneira, o budista estende a mão a essa pessoa, por que sabe que ela está sofrendo e não consegue lidar com o seu sofrimento. E essa pessoa pode qualquer um mesmo, eu, você, Hitler, Thich Nhat Hanh, o casal Nardoni, George Bush, a moça que matou os pais, um estuprador e assim por diante.

Nós, como praticantes budistas sabemos que nós mesmos carregamos em nossa consciência essas sementes que espalham terror, medo, violência, raiva, guerra e morte. Mas também sabemos que carregamos ao mesmo tempo as sementes de amor, fraternidade, bondade, liberdade, esperança e felicidade que devemos cultivar. Ao sermos compassivos ou solidários temos consciência de que os outros estão em nós tanto quanto estamos neles e que, portanto, não existe nem sujeito nem objeto da solidariedade.

Por outro lado, a palavra 'solidariedade' se encaixa perfeitamente na definição budista tradicional de 'karuna'. Solidariedade vem da palavra 'solidário', que por sua vez vem da palavra latina 'solidu' (sólido). É interessante notar que é raro alguém se lembrar que a palavra solidariedade tem a mesma raiz de solidez – e me parece óbvio que a solidariedade só pode ser praticada se houver solidez. Uma palavra que se baseia em solidez e compartilha, inclusive, a mesma raiz, em minha opinião, só pode ser a palavra mais adequada para traduzir a palavra 'karuna'. Ela tem a vantagem ainda de não ser trazer em si sentido religioso intrínseco algum.

Em todos os seus textos e palestras, Thây sempre enfatiza o fato de que para uma ação ser realmente “compassiva”, ou seja, ser impregnada por karuna, é preciso solidez e estabilidade – mesmo na curta citação acima isso é claro. Solidez é necessária para que ocorra a transformação do sofrimento, a libertação, a felicidade. Não podemos simplesmente nos lançar a ajudar os outros, temos que cultivar a estabilidade e a solidez em nós mesmos para não sermos arrasados pela dor e sofrimento dos outros, para sermos capazes de ajudá-los a transformar seu sofrimento tal como fizemos nós mesmos. Se não formos estáveis e sólidos na nossa ação perderemos contato com a realidade, com o momento presente, e a unidade entre nosso corpo e nossa mente, a unidade entre os três tipos de ação (da fala, do corpo e da mente) se rompe e nos lança no futuro ou no passado.

No texto Pequeno Tratado das Grandes Virtudes, o filósofo André Comte-Sponville nos diz:

“... ser solidário é pertencer a um conjunto in solido, como se dizia em latim, isto é, “para o todo”. Assim devedores são ditos solidários, na linguagem jurídica, se cada um pode e deve responder pela totalidade da soma que tomou emprestada coletivamente. Isso tem suas relações com a solidez, de que a palavra provém: um corpo sólido é um corpo em que todas as partes se sustentam”.

Pessoalmente, acho a palavra 'solidariedade' muito inspiradora. Mas creio que a maior contribuição de uma tradução desse tipo é recuperar uma diversidade de significados que se perdem quando traduzimos algo. Muitas expressões no budismo são traduzidas das mais diferentes maneiras (smrti, por exemplo, pode ser plena consciência, plena atenção, atenção, vigilância) o que dá a elas a chance de saber que nessa diversidade de significados se pode entrever o seu sentido real. Entretanto a palavra 'karuna' continuo soterrada sob a tradução única de 'compaixão' e, no fim, essa unicidade acaba por desfigurar e contaminar seu sentido original com o sentido que essa palavra tem em outras religiões como a cristã, por exemplo.

Talvez essa não seja a melhor solução, talvez fosse melhor recorrer ao um neologismo. Mas acho que é melhor usar expressões consagradas pelo uso do que criar novas palavras que podem criar mais confusão e dar um ar demasiado intelectual aos textos que, essencialmente, têm finalidade prática e não especulativa.

Por essas e outras, ao contemplar as imagens de Avalokiteshvara, que mostram um bodhisattva saudável, leve, estável, fulgurante, pleno de energia, cheio de braços e mãos, não consego ver nele a imagem da compaixão. Acho muito mais fácil ver solidariedade. Por isso quando o apresento aos meus amigos que não são budistas digo "este é Avalokiteshvara, o Bodhisattva da Grande Solidariedade".

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

China efetua prisões e manda fechar Tibete

Noticiário - Seleção Diária de Notícias Nacionais - 23/09/2009

Folha de S. Paulo

Assunto: Mundo
Título: 1l China efetua prisões e manda fechar Tibete
Data: 23/09/2009
Crédito:

ANTES DE FESTEJO

A polícia chinesa prendeu mais de 6.500 supostos delinquentes nos últimos meses, segundo a imprensa local, em meio ao reforço das medidas de segurança prévias à comemoração, em 1º de outubro, dos 60 anos da República Popular da China. O país também baniu a entrada de turistas no Tibete, aumentou o policiamento em Pequim e proibiu o comércio de facas.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Solidariedade e compaixão são percebidas como ameaça pela China

Solidariedade e compaixão são percebidas como ameaça pela China. A convite das autoridades locais, o Dalai Lama vai a Taiwan para levar fraternidade, consolo e inspiração às vítimas do tufão que varreu à ilha. O governo da China apressou-se em condenar o ato, percebido como manobra política do líder exilado que propugna pela secessão da Região Autônoma do Tibete, parte inalienável do território "chinês".



Noticiário - Seleção Diária de Notícias Nacionais - 28/08/2009

O Estado de S. Paulo

Assunto: Internacional
Título: 1r Visita do dalai-lama enfurece Pequim
Data: 28/08/2009
Crédito:

A agência de notícias estatal Nova China disse ontem que Pequim se opõe "resolutamente" à decisão do governo taiwanês de permitir a visita do dalai-lama a Taiwan. Um porta-voz do governo chinês afirmou que a visita é "uma tentativa de sabotar as relações entre os dois governos". Taiwan concedeu permissão para que o dalai-lama fosse à ilha para consolar as vítimas do tufão Morakot, que matou mais de 600 pessoas.



Noticiário - Seleção Diária de Notícias Nacionais - 28/08/2009

Folha de S. Paulo

Assunto: Mundo
Título: 1h Visita do dalai-lama a Taiwan contraria governo da ChinaData: 28/08/2009
Crédito: da Associated Press

da Associated Press
QUESTÃO TIBETANA

O governo da China declarou ontem que se "opõe firmemente" à visita do dalai-lama, líder político e espiritual tibetano, a Taiwan na próxima semana. A viagem, autorizada pelo presidente taiwanês, Ma Ying-jeou, vai de encontro à recente reaproximação entre os governos de Pequim e Taipei.
Já prevendo o descontentamento chinês, Ma dissera, ao anunciar a visita, que o dalai-lama irá apenas por motivos religiosos. Segundo o governo, de segunda a quinta-feira, o líder budista rezará "pelas almas dos mortos e pelo bem-estar dos sobreviventes" do tufão Morakot, que deixou estimados 650 mortos no país este mês.
A China tem como regra se opor a visitas do dalai-lama a países aliados a ela, além de desaprovar contato do líder tibetano com autoridades governamentais. Em 1959, o dalai-lama liderou um levante para a independência da Província chinesa do Tibete e, após fracasso, teve de fugir para o exílio na Índia. Mesmo longe, ele segue militando pela autonomia do Tibete.
A autorização da viagem surpreendeu os chineses porque Taiwan não permitira a visita do dalai-lama no fim de 2008, quando ele manifestara intenção de viajar.
Na época, a decisão teve o intuito de agradar Pequim, segundo analistas, já que o atual presidente taiwanês, diferente de seu antecessor, vem buscando melhorar a litigiosa relação com a China, que considera Taiwan uma Província rebelde, autônoma desde a guerra civil de 1949.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

A "estabilidade política" volta a ser a prioridade das autoridades da "sociedade harmoniosa". Dessa vez, entretanto, não são vítimas apenas tibetanos e uigures, entre outras minorias, senão também chineses han e, em particular, corajosos juristas e ativistas que, em nome dos Direitos Humanos e do Estado Democrático de Direito, denunciam os abusos e as maquinações do Judiciário da RPC. Confiram matéria abaixo.



Noticiário - Seleção Diária de Notícias Nacionais - 18/08/2009

Valor Econômico

Assunto: Internacional
Título: 1k Por estabilidade social, Pequim amplia repressão
Data: 18/08/2009
Crédito: Kathrin Hille

Kathrin Hille, Financial Times

Quando Tan Zuoren, um militante chinês acusado de subverter o poder do Estado, foi a julgamento ontem, deveria ter contado com a presença de um apoiador famoso: Ai Weiwei, o artista irreverente que projetou o Ninho do Pássaro, o deslumbrante estádio olímpico da China, chegou a Chengdu para se apresentar como testemunha e explicar que, ao investigar o desabamento de escolas no terremoto ocorrido em Sichuan no ano passado, Tan não fez nada errado.

Ai disse ao "FT" que às 3 horas da madrugada a polícia entrou à força no seu quarto de hotel, o esbofeteou e o deteve até o término do julgamento, na hora do almoço. No tribunal, enquanto isso, o juiz se recusou a ouvir a defesa ou a admitir qualquer uma de suas testemunhas ou evidências, de acordo com Wang Qinghua, mulher de Tan, e Pu Zhiqiang, seu advogado.

"Autoridades se apoderando do seu rol de testemunhas, passando a assediar as testemunhas e trancafiá-las - isso é uma desgraça para os tribunais na China. Mas essa é a situação do nosso sistema judicial", disse Pu.

Nas semanas recentes, o Partido Comunista mostrou irritação com cidadãos que procuravam fazer valer os seus direitos por meio de queixas públicas e dos tribunais.

Grupos de defesa que prestam assistência e consultoria jurídica foram alvo de batidas ou tiveram suas atividades suspensas, militantes de direitos humanos têm sido detidos e indiciados e as licenças de mais de 50 advogados com histórico de assumir casos considerados politicamente delicados não foram renovadas.

Essa repressão é parte de um quadro mais amplo de enrijecimento político, num ano delicado. Os controles foram estreitados nas últimas semanas, enquanto a China se aproxima da terceira grande data do ano, o 60º aniversário da fundação da República Popular da China, em 1º de outubro.

Um dos motivos parece ser os distúrbios étnicos que abalaram Urumqi, a capital de Xinjiang, no mês passado. Desde então, os quadros dirigentes do PC recuperaram uma palavra de ordem amplamente usada em períodos de crise: "Estabilidade é a maior prioridade".

Tanto Hu Jintao, presidente da China, como Wen Jiabao, o premiê, estão atentos à frase, que foi cunhada por Deng Xiaoping após as medidas de repressão de Tiananmen em 1989, diz Qian Gang, ex-editor-geral do jornal reformista "Southern Metropolis Daily".

"Sob a liderança de Hu e Wen e, especialmente desde a introdução do termo político 'sociedade harmoniosa', em 2004, o lema 'estabilidade é a maior prioridade' raramente tem sido visto. Mesmo durante e depois da insurreição de 2008 no Tibete, a frase não estava em nenhum lugar no jornal oficial do partido, o 'Diário do Povo'", escreveu Qian, no mês passado.

Recentemente, diz ele, "a frase tem sido adotada amplamente por líderes de Províncias e de cidades por todo o país, como uma espécie de arma mágica".

Autoridades regionais em Xinjiang endureceram as medidas de segurança, estimulando moradores a denunciar uns aos outros, e aumentaram as restrições impostas a hotéis e viagens. Estas medidas estão se disseminando a regiões tradicionalmente mais liberais. Hotéis em Hebei, Xangai e Guangzhou informaram na semana passada que a polícia local havia ordenado que não aceitassem hóspedes uigures ou tibetanos.

O clima mais severo foi reproduzido na internet com a censura extrema a redes de relacionamento social na China.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Petição em prol do povo da Birmânia

Avaaz.org - The World in Action
Amig@s,

A Prêmio Nobel da Paz e ícone pró-democracia da Birmânia, Aung San Suu Kyi foi sentenciada esta semana a mais um ano e meio de prisão.


O caso da Aung San Suu Kyi é só uma fração da brutalidade do regime militar da Birmânia: são 40 anos de assassinatos, tortura, estupro em massa e trabalho escravo.

Avaaz está lançando um chamado para o Conselho de Segurança da ONU pedindo a investigação da junta militar por crimes contra a humanidade. Um veredicto culpado poderá indiciar generais de alto escalão. Clique abaixo para assinar a petição e ver o banner que será colocado na frente da ONU:

http://www.avaaz.org/po/jail_the_generals

Dentro dos próximos meses o Reino Unido e Estados Unidos terão a poderosa presidência do Conselho de Segurança da ONU. Agora é o momento exato para pressionar o Conselho de Segurança a agir.

A pressão para a investigação e julgamento dos generais Birmanês está aumentando. Um relatório recente feito para Universidade de Harvard por juristas globais sênior, revelam que a ONU já documentou secretamente o recrutamento de dezenas de milhares de crianças soldado, mais de um milhão de refugiados e populações deslocadas, numerosos casos de assassinatos, tortura, estupro em massa e a expulsão de 3000 aldeias de minorias étnicas – tantos casos quanto Darfur. O povo da Birmânia precisa urgentemente de apoio internacional, participe do chamado para levar os generais ao tribunal:

http://www.avaaz.org/po/jail_the_generals

A comunidade da Avaaz apoiou o povo da Birmânia em momentos críticos como a devastação do ciclone Nargis, a forte repressão à marcha dos monges em 2007 e apelando para a libertação dos presos políticos. Com o nosso apoio global teremos a chance de influenciar o órgão mais poderoso da lei internacional - o Conselho de Segurança da ONU - e finalmente levar justiça para a Birmânia. Assine a petição e depois encaminhe este alerta para seus amigos e familiares:

Com esperança,

Alice, Ricken, Brett, Graziela, Paula, Paul, Pascal e toda a equipe Avaaz

Fontes:

Suu Kyi, símbolo de esperança democrática e ameaça à junta militar de Mianmar:
http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5jxUwQws5D0TGFzfEEZ45o1UtlT8w

Corte prolonga prisão de líder opositora de Mianmar:
http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,corte-prolonga-prisao-de-lider-opositora-de-mianmar,416980,0.htm

Junta Militar afasta Suu Kyi das eleições de 2010:
http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/530433

Conselho de Segurança terá reunião de emergência sobre Suu Kyi:
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1262848-5602,00-CONSELHO+DE+SEGURANCA+TERA+REUNIAO+DE+EMERGENCIA+SOBRE+SUU+KYI.html

segunda-feira, 22 de junho de 2009

A new golden age for Tibet (música e vídeo de apoio ao Free Tibet Campaign)

(Nota: Música e vídeo de Paulo Stekel. A música foi feita por Paulo Stekel para ser um apoio ao trabalho da ONG Free Tibet Campaign – Londres – e do movimento Tibete Livre Brasil, que a representa por aqui. A música é pública e pode ser utilizada de modo não-comercial por qualquer ONG, ativista, blogueiro ou simpatizante da causa tibetana, como forma de aumentar a conscientização quanto ao sofrimento do povo do Tibete. Fotos do vídeo cedidas por Free Tibet Campaign, Pedro Saraiva, Falsalama, Phil Kirk e Paulo Stekel.)



“Uma nova era dourada para o Tibete”. Uma trilha sonora para a liberdade tibetana... por Paulo Stekel.

Neste vídeo, Paulo Stekel, músico, jornalista e coordenador geral do movimento Tibete Livre Brasil, apresenta a música “A new golden age for Tibet”, sintonizada para ajudar na luta em prol da liberdade do povo tibetano.



http://www.youtube.com/watch?v=bME0-__imuk

A música é de uso público e pode ser utilizada não-comercialmente por todas as ONGs de ajuda à causa tibetana pelo mundo, bem como por jornalistas, blogueiros e demais apoiadores do movimento Free Tibet em todo o planeta.

A música pode ser baixada gratuitamente no link:

http://www.4shared.com/file/113293249/72856b0a/A_new_golden_age_for_Tibet.html

Abaixo, a tradução do texto em inglês que aparece no vídeo:

“O Tibete era um antigo país do tamanho da Europa Ocidental, quando foi invadido pelo Exército Popular de Libertação da China, em 1950. Um lugar com uma cultura, história e identidade únicas, o Tibete tem mudado dramaticamente devido à invasão e ocupação chinesa. Não só muitos tibetanos têm perdido sua vida, como os tibetanos no Tibete não gozam dos direitos humanos básicos, e as autoridades chinesas introduziram políticas pelas quais a cultura, a linguagem e os recursos naturais tibetanos estão a ser sistematicamente e irrevogavelmente erodidos.
Exércitos contra monges ... Existe alguma chance para um Tibete Livre?
A esperança nunca morrerá no coração compassivo tibetano...
Acesse Free Tibet: www.freetibet.org
É possível paz, direitos humanos e liberdade no Tibete? Sim, é possível, se você aderir a esta causa agora...
Então, diga ao governo chinês:
Pare as execuções!
Pare com a tortura no Tibete!
Liberdade para os presos políticos!
Salve a língua, a cultura e a religião tibetana!
Tanto a música quanto o vídeo são a contribuição de Paulo Stekel para a liberdade no Tibete. Divulgue esta causa!”

Dúvidas e informações: pstekel@gmail.com

Tashi delek!!!

terça-feira, 26 de maio de 2009

Pela paz e a não-violência no Sri Lanka


Face ao desastre humanitário causado pela violência cega de ambos os lados envolvidos na guerra civil no Sri Lanka, que o governo cingalês declarou terminada após a matança e a fuga em massa de milhares de civis, que se encontram atualmente apinhados em campos de refugiados sem nenhuma infraestrutura básica, sem água, alimentos e assistência médica, em condições higiénico-sanitárias precárias e na maioria dos casos sem possibilidade de acesso por parte dos voluntários das organizações internacionais, divulgamos o apelo pela paz e a não-violência - em inglês - do maior movimento popular do Sri Lanka, de inspiração ao mesmo tempo budista e gandhiana: o Sarvodaya Shramadana Movement.

Statement by Sarvodaya on End of Violent Conflict

Por Vinya Ariyaratne (Fundador e Diretor Executivo do Sarvodaya Shramadana Movement do Sri Lanka)

The conflict between the Sri Lankan Armed Forces and the LTTE has ended after nearly three decades of hostilities. Today the Government of Sri Lanka is in control of the entire land area of the conflict-ridden Northern Province.

From the early days of conflict Sarvodaya has always championed for the non-violent resolution to conflict and focused on serving civilian population affected by the violence. We believe that non-violence is the only way we can solve differences and challenges in meaningful ways. As early as in 1983, Sarvodaya organized national dialogues to peaceful transformation of conflict and also organized relief programs to support people who suffered due to three decades of conflict. Over the years Sarvodaya led several programs at local and national level to find solutions to the crisis. At the same time, through our wide grassroots network we maintained a strong presence in the Northern and Eastern Provinces and served the affected population through our humanitarian programmes. We remain committed to our value of non-violence and believe that a genuine peace and reconciliation will require respect to each others concerns, values, culture, language, and heritage.

As the recent conflict began to escalate in 2006, Sarvodaya, along with other humanitarian organizations, lobbied for peaceful resolution to recent conflict. However, the final phase of this war had particularly disastrous consequences on the civilian population that was caught in its midst. As Sarvodaya, we acknowledge that civilians in the north suffered tremendous loss and injuries due to the conflict. And, as yet unknown number of lives were lost, injuries caused, and properties destroyed or damaged. A great deal of local and international effort was expended in trying to resolve the conflict through peaceful means, in order to prevent the adverse consequences to the civilian population. However, both parties could never come to an agreement on such a resolution.

As one of the few independent organizations with access to the displaced civilian population, Sarvodaya has played and continues to play a key role in providing humanitarian assistance such as cooked food, clothing, water and sanitation and child nutrition. Given the political and social context we operated in Sri Lanka, we made a conscious decision that our biggest contribution to the affected Tamil population at this given time would be to maintain a very strong presence on the ground in IDP camps and to ensure their access to essential services, medical care and justice.

We also acknowledge that an acute humanitarian emergency exists in the north today, where as many as 280,000 displaced civilians are being housed in temporary camps. In this light, we welcome the statement by President Mahinda Rajapaksa in which he said that the “war against the LTTE was not a war against the Tamil people” and that his government is committed to speedy resettlement of the displaced and a viable political solution is to follow.

While recognizing that for a number of reasons, IDP resettlement will require a prolonged engagement, we urge the government to begin the process as soon as possible in areas with none or low landmine risk. Sarvodaya is ready to become a strong partner in the resettlement process. We also stand committed to enhanced freedom of movement for the IDPs who are presently in camps. As an organization we believe that such freedom of movement is pre-requisite to the restoration of livelihoods and the rebuilding of lives and dignity. Sarvodaya hopes to engage its expertise in micro-finance and rural enterprise development to resuscitate the livelihoods and economy of this populace.

In addition to providing essential services, Sarvodaya in partnership with the Ministry of Health is conducting a special nutrition rehabilitation programme to combat moderate to severe malnutrition among children in displaced families.

Sarvodaya is already involved in the rehabilitation of a large number of underage combatants who are now in the care of the government of Sri Lanka. We are committed to their care and we hope to see a greater number of such young men and women being reintegrated to society.

We also recognize the loss and challenges faced by members of the armed forces and their families, a large proportion of whom come from economically poorer segments of our society. Many have laid down their lives or lost their limbs. Their families would require emotional, psychological and material support. The disabled combatants would require long term rehabilitation. Sarvodaya has a strong presence in rural villages in the South where such rehabilitation and reintegration can happen with maximum community participation.

Last, but not at all least, Sarvodaya believes that the way forward is through genuine reconciliation that leads to a proper healing process for the Tamil community. Sarvodaya’s national reawakening programme, Deshodaya, which is a grassroots governance process involving local opinion leaders from all Sri Lankan communities, could become of platform and a locally produced political solution that will address the core issues and the root causes of the three-decade long conflict that has scarred or nation.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Compreensão e compaixão são o caminho: religando às tradições espirituais à sua essência


Por Antonino Condorelli


Religião vem de religar, reconectar. Reconectar ao quê? À nossa natureza mais profunda, à nossa essência. Religar o nosso corpo, a nossa mente e as nossas emoções; nos religar ao outro, à espécie humana; nos religar à natureza, a todas as espécies vivas e inanimadas, aos animais, os vegetais e os minerais.


Se olharmos cuidadosamente para nós mesmos, perceberemos que não estamos sós: se soubermos tocar profundamente o nosso corpo, com atenção plena, veremos que todas as gerações passadas de nosso ancestrais, todas as gerações futuras que surgirão a partir de nós estão presentes em cada uma de nossas células; veremos que ele contém a nossa mente, porque tudo o que pensamos, sentimos, falamos e fazemos manifesta-se em nossa carne, traduz-se em sensações, em saúde ou doença; veremos que contém todas as pessoas, assim como a água da chuva, o solo, os minerais, tudo o que fez com que os alimentos que ingerimos ao longo da nossa vida chegassem até nós, incluindo o trabalho de quem os produziu e trouxe à nossa mesa, os alimentos que nutriram estas pessoas, as gerações passadas que possibilitaram a existência delas; veremos que contém o sol, que sustenta e torna possível a nossa vida; veremos que contém a história do universo, desde o big bang, porque absolutamente tudo o que aconteceu até hoje fez com que estejamos onde nos encontramos neste exato momento. Nós não existimos por nós mesmos: nós “interexistimos” com tudo o mais, intersomos.


Continua...


Clique aqui e leia na íntegra o discurso pronunciado pelo idealizador da Rede Brasileira de Budistas Engajados e membro da Sangha de Natal/RN informalmente ligada à Ordem do Interser de Thich Nhât Hanh no evento de lançamento do Fórum Potiguar de Diálogo Inter-Religioso, que aconteceu no Plenarinho da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Norte em 14/05/2009.

6 dias para libertar Aung San Suu Kyi


Car@s amig@s,

Avaaz.org - The World in ActionAung San Suu Kyi, líder pró-democracia e vencedora do Prêmio Nobel da Paz, acabou de receber novas acusações dias antes do fim do cumprimento da sua pena de 13 anos de prisão. Ela e outros milhares de monges e estudantes foram presos por desafiarem pacificamente a ditadura brutal de seu país, a Birmânia (Mianmar).

Mesmo correndo o risco de sofrer uma retaliação dos militares, os ativistas da Birmânia estão organizando um movimento global pela libertação de Aung San Suu Kyi e de todos os prisioneiros políticos do país. Nós temos apenas 6 dias para ajudá-los a conseguir uma quantidade gigantesca de assinaturas, que serão apresentadas para o Secretário Geral da ONU – Ban Ki Moon semana que vem. A petição pede que ele dê prioridade máxima à libertação dos presos, impondo a libertação como condição para qualquer engajamento com a junta militar. Clique no link para assinar e encaminhe este email para seus amigos, só com um grande número de assinaturas poderemos garantir a libertação de Aung San Suu Kyi e de todos os presos políticos da Birmânia:

http://www.avaaz.org/po/free_aung_san_suu_kyi

No dia 14 de maio, Aung San Suu Kyi foi enviada para o presídio acusada de permitir a entrada de um homem norte-americano em sua casa, violando assim sua prisão domiciliar. A acusação é absurda pois a casa é cercada por guardas militares que são justamente os responsáveis pela guarda do local. Está claro que as acusações recentes são um pretexto para mantê-la presa durante as eleições de 2010.

O regime militar da Birmânia é conhecido pela repressão violenta a qualquer ameaça ao controle militar total. Milhares de pessoas estão presas em condições desumanas, onde não há atendimento médico e onde a prática de tortura e outros abusos são freqüentes. Há uma repressão violenta a grupos étnicos e mais de 1 milhão de pessoas já fugiram do país.

Aung San Suu Kyi é a maior ameaça ao poder da junta militar. Ela é a maior líder do movimento pró-democracia e teve uma vitória esmagadora sobre a junta nas eleições de 1990, sendo portanto a candidata mais forte às eleições programadas para o ano que vem. Ela tem sido presa continuamente desde 1988 – e apesar de estar sob prisão domiciliar, ela não tem contato nenhum com o mundo exterior. No presídio Insein onde ela foi levada semana passada não existe atendimento médico o que significa um enorme risco para as suas graves condições de saúde.

Fontes dizem que o movimento global que está emergindo para pressionar a ONU já está intimidando a junta militar. Mais de 160 exilados da Birmânia e grupos de solidariedade em 24 países estão participando desta campanha. O Secretário Geral da ONU e líderes regionais chaves que estão em contato com o regime militar da Birmânia podem influenciar o destino destes presos políticos. Semana passada o Secretário Geral Ban Ki Moon disse: “Aung San Suu Kyi e todos aqueles que podem contribuir para o futuro do país devem ser libertos”. Vamos surpreender o Ban Ki Moon com um chamado global massivo, pedindo que ele aja de acordo com as suas palavras e faça algo para acabar com a brutalidade militar, assine agora a petição:

http://www.avaaz.org/po/free_aung_san_suu_kyi

Assim como a libertação do Nelson Mandela, a liberdade de Aung San Suu Kyi depois de anos de uma detenção injusta, poderá representar um novo começo para a Birmânia, trazendo a esperança da democracia. Esta semana poderá se tornar um momento histórico – vamos mostrar nosso apoio à Suu Kyi e aos corajosos homens e mulheres que lutam pela democracia – demande sua libertação já!

http://www.avaaz.org/po/free_aung_san_suu_kyi

Com esperança,

Alice, Brett, Ricken, Pascal, Graziela, Paula e toda a equipe Avaaz


Para saber mais sobre Aung San Suu Kyi leia:

Prisão onde Suu Kyi é julgada tem apelido de "fossa do inferno":
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1159335-5602,00-PRISAO+ONDE+SUU+KYI+E+JULGADA+TEM+APELIDO+DE+FOSSA+DO+INFERNO.html

Perfil: Aung San Suu Kyi é símbolo de resistência pacífica:
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/05/14/perfil-aung-san-suu-kyi-simbolo-de-resistencia-pacifica-755859903.asp

Ban está alarmado com a acusações contra Suu Kyi em Mianmar:
http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5jr0GHlT32KuhsqxWbck6Dk4Ug5-w

Líder da Oposição democrática da Birmânia enfrenta julgamento:
http://tv1.rtp.pt/noticias/?t=Lider-da-Oposicao-democratica-da-Birmania-enfrenta-julgamento.rtp&article=220465&visual=3&layout=10&tm=7

Começa julgamento de líder pró-democracia de Mianmar:
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/05/18/comeca-julgamento-de-lider-pro-democracia-de-mianmar-755911485.asp

Suu Kyi já não se fazem heroínas assim:
http://dn.sapo.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1235851&seccao=Leon%EDdio%20Paulo%20Ferreira&tag=Opini%E3o%20-%20Em%20Foco

sábado, 25 de abril de 2009

Cuidando de Si, Cuidando do Mundo


Budismo Prático Para a Transformação da Sociedade
Por Samuel Cavalcante


Para Onde Vamos?

1. As mudanças climáticas, e o conseqüente aumento dos desastres naturais, trouxeram ao nosso convívio familiar um assunto outrora restrito aos debates intelectuais. Se antes o debate era feito em termos de “socialismo ou barbárie”, o capitalismo agora se defronta à sua própria sobrevivência e busca encontrar uma saída para a sua civilização. A palavra “socialismo” se esvaziou do seu conteúdo original e, depois do fracasso das experiências européias e asiáticas, tornou-se mais a expressão de um sentimento difuso de alguns intelectuais e de setores mais pobres e marginalizados que um projeto civilizatório alternativo. Com esse alarme, as pessoas começam a perceber que o seu modo de vida tem um impacto no planeta em que vivem.

2. Acostumamo-nos a viver em função do aumento ilimitado de conforto e bens materiais. Para alcançar esse objetivo, os seres humanos ocuparam a Terra como uma máquina de guerra. Destruímos ecossistemas inteiros e ameaçamos destruir todos os outros. Extinguimos mais espécies vivas que todas as catástrofes naturais juntas. Acostumamo-nos a extrair os recursos da natureza como se eles fossem inexauríveis. Avançamos sobre as florestas transformando-as em pastagens e plantações de grãos como se isso fosse indiferente. Consumimos água como se ela fosse abundante, como se as fontes jamais secassem. Produzimos e consumimos plásticos e sintéticos sem nos darmos conta de que, em breve, não teremos lugar para jogar tanto lixo - sem percebermos que tanto a capacidade da sociedade como a da natureza em reciclar todo esse lixo é limitada.

3. Exploramos as energias do trabalho humano até o limite. Tentamos transformar cada minuto da vida em uma chance de aumentar a produtividade - estamos fazendo sempre, e cada vez mais, uma grande quantidade de coisas ao mesmo tempo. Estamos sempre tentando trocar o pneu com o carro andando, não queremos perder tempo. A tecnologia nos permite cumprir um sem número de tarefas e nos promete, com isso, mais tempo livre. Mas se pararmos para observar, essa mesma tecnologia não dissemina apenas mp3 e televisões por todo o canto. Ela sugere também a possibilidade levarmos mais trabalho para a cama, para o banheiro, para o restaurante, para a escola, para o carro, para as férias na praia.

4. O mp3 e a televisão são apenas acompanhamento para o trabalho extra com gosto de tempo livre. Na realidade o tempo livre é cada vez menor – menos tempo livre para ficarmos sozinhos, para usufruirmos a companhia de quem amamos, amigos e companheiros, para termos contato com a natureza, para usufruirmos de um pouco de paz e silêncio..

5. Estamos nos tornando incapazes de perceber diretamente as belezas da vida ao nosso redor, o verde, as árvores, os passarinhos, o olhar das pessoas, sejam elas crianças ou adultos. Esquecemo-nos de ver o céu azul e observar a curiosa forma das nuvens, esquecemo-nos de ver uma nuvem de chuva que se forma no horizonte e contemplar quando o tempo fica bonito pra chover e quando podemos até sentir o cheiro da chuva que vem de longe carregado pelo vento. Andamos apressados e ansiosos para perdermos caloria e não nos damos conta do vai-e-vem das ondas na praia ou os passarinhos nos fios dos postes ou até da beleza de detalhes arquitetônicos ou da vida comum dos bairros.

6. Estamos nos tornando incapazes de nos relacionar com o mundo sem mídia, sem meio, sem intermediações tecnológicas e, finalmente, tendo menos tempo livre para pararmos e nos darmos conta: para onde estamos indo?

7. A nossa sociedade é baseada na produção generalizada de mercadorias e na transformação generalizada dos elementos da realidade em mercadoria. Mas não é só isso. Tem mais um detalhe. Para que os criadores e vendedores de mercadorias tenham mais lucro é necessário que a forma por excelência do consumo seja individual. A produção não é para ser consumida coletivamente, é para servir aos desejos estimulados (e descontrolados) por bens e serviços de cada indivíduo. Como o objetivo é comprar prazer e satisfação, é necessário que o consumo se dê na esfera puramente privada, individual, solitária, pessoal. Não apenas a comida, móveis, bicicletas, bolsas, relógios, calças, cigarros são mercadorias. Qualquer coisa pode ser uma mercadoria e ser tratada como tal. As árvores, as flores, o ar puro, o amor, o sexo, o prazer, as notícias, as descobertas científicas, as filosofias, as armas, os governos, os partidos políticos, o corpo humano, os órgãos do corpo humano, tudo se transforma em mercadoria. Tem preço, custo, vida útil e sofre as oscilações do mercado, da inflação e da taxa de juros. E também, por que não, podem ser motivo de uso da violência para sua apropriação.

8. O "mercado", este fenômeno social que é quase uma pessoa, "descobriu" que a busca da felicidade pode ser facilmente substituída pela busca da satisfação dos desejos, especialmente a busca do prazer. Descobriu também que os desejos humanos são extremamente elásticos e, estes sim, muito provavelmente são inesgotáveis. Descobriu, por fim, que a busca do prazer é, por extensão, a busca por se cercar de coisas e que o prazer advindo dessas coisas é muito provisório e precário, ou seja, facilmente as novidades se tornam enfadonhas.

9. Essa é base sobre o qual construímos uma capacidade tecnológica enorme de criar mercadorias diferentes e transformar tudo o que nos cerca em novas mercadorias, as quais também envelhecem rapidamente e se transformam em um amontoado de mais do mesmo.

10. O tempo livre foi colonizado e com ele o reinado do mercado avança sobre a intimidade dos indivíduos e nas reentrâncias da vida privada e comunitária. A solidez e estabilidade da vida individual e comunitária são despedaçadas não em nome de uma percepção holística e sem ego do universo, mas como fruto da luta entre egos exacerbados pelo consumo e pela competição.

11. O fluxo da vida se torna um ciclo de trabalho, frustração, esperanças míopes, alegrias pontuais,economia de tempo e superestimulação dos sentidos. Não é à toa que vemos tocadores de mp3 e mp4 por todos os lados. A onipresença da música e da imagem serve justamente como pitada de tempero para disfarçar o prolongamento do tempo de trabalho, de produção e consumo de mercadorias, para as mais recônditas esferas da vida humana – as quais, até pouco tempo, tinham se mantido um pouco a um salvo da universalização do mercado e da circulação monetária. Tempo livre se tornou sinônimo de diversão e diversão, sinônimo de consumo - o corpo não pode parar, a mente não pode parar. Silêncio se tornou sinônimo de tédio, e paz, sinônimo de loucura.

12. Mas os alertas se multiplicam. Lentamente, estamos aprendendo que não pode mais ser assim. Tanto a idéia de que podemos produzir mercadorias ilimitadamente quanto a de que podemos consumir mercadorias ilimitadamente, são idéias extremamente perigosas - para nós e para nosso planeta. A satisfação é um estado volátil. Quando nos damos conta, não estamos mais satisfeitos. No budismo, costumamos chamar esse ciclo de satisfação e insatisfação no qual nos enredamos, de Samsara.

13. É necessário parar. Olhar em volta. Olhar para dentro. Para onde vamos?

Cinco Práticas Para Que o Futuro Seja Possível

14. “Para Que o Futuro Seja Possível” é uma maneira de traduzir o livro organizado pelo ven. Thich Nhat Hanh intitulado “For A Future To Be Possible”. Neste livro ele sugere aos indivíduos e grupos um conjunto de cinco práticas para, como o próprio título diz, garantir que o futuro seja possível.

15. Essas práticas são baseadas nos ensinamentos tradicionais do budismo, atualizados por ele e sua comunidade para dar conta das especificidades do mundo moderno.

16. Tradicionalmente, ao se tornar o budista o praticante toma para si o compromisso de praticar os chamados 5 preceitos (em sânscrito, Pancasila), que são: não tomar bebidas embriagantes, não matar, não roubar, proteger a energia sexual e praticar a fala correta. Thay observou que no Ocidente a palavra “preceito” é muito marcada pela tradição cristã dos mandamentos e pela noção de pecado. Refletindo em conjunto com a sua comunidade, ele então recuperou um outro sentido desses ensinamentos, também presente nos textos tradicionais: o de Shiksha, (treinamento em sânscrito). Chamou então a essas práticas de Os Cinco Treinamentos da Plena Consciência.

17. Thây e sua comunidade observaram que o modo de exposição, próprio ao costume de transmissão oral, já não era mais adequado aos tempos modernos e precisava ser atualizado. Os ensinamentos budistas, para serem práticos e eficazes, ou seja, serem úteis no processo de libertação e de transformação do sofrimento, precisam se aproximar da linguagem e da vida das pessoas, senão correm o risco de se transformar em mero objeto de devoção.

18. Não são mandamentos. E nem têm como pano de fundo uma noção dualista de bem e mal e de pecado. São práticas que tem como base a possibilidade de cada um contribuir à sua maneira para a transformação de si mesmos e da sociedade. Os praticantes não são convidados a repetir idéias ou a ser parte de uma redes de transmissão de noções políticas abstratas. Nem tampouco se apartam da sociedade para se purificar e encontrar, cada um, seu próprio caminho individual de libertação e felicidade e nem constróem barreiras sectárias entre si e as demais pessoas.

19. A noção de treinamento (shiksha), por outro lado, reforça a perspectiva de superação do dualismo do mandamento. O mandamento, é para ser cumprido e estabelece o limite do bem e do pecado. O treinamento reconhece a precariedade da nossa situação existencial. Reconhece o fato de que não nascemos como uma tábula rasa, pronta a ser preenchida por uma educação que tenta inculcar conceitos e mudar nossas práticas através da linguagem.

20. Ao propôr a figura do treinamento, Thay e sua comunidade, baseando-se nos ensinamentos originais de Buda, observaram que o que somos é fruto de todas as nossas conexões pessoais e físicas constituída no passado, no presente e no futuro. Conexões com nossos antepassados de sangue, e os antepassados dos outros, as grandes figuras, os grandes líderes políticos e espirituais que ajudaram a construir a nossa identidade pessoal e a identidade da nossa sociedade, o nosso meio-ambiente, nossos amigos, família etc. “Não somos criações, somos manifestações”, diz Thây.

21. O treinamento é um elo necessário entre a finalidade do fim do sofrimento, da utopia, da liberdade, e o caminho que conduz a ela. A possibilidade da liberdade já está aqui, não está em outro lugar e nem está no futuro. A efetivação da liberdade é uma revolução existencial, que começa e se completa aqui e agora, não há outro momento onde isso possa ser feito, o passado já foi e o futuro não está tampouco disponível. Só temos o agora disponível para ser transformado e só mediante um mergulho no agora é podemos transformar o passado e o futuro.

22. Aquilo que chamamos de “eu” é algo muito problemático. Ao observarmos profundamente o nosso eu vemos que a cada vez que tentamos encontrar algo que seja a base de uma identidade intrínseca, nós o perdemos logo em seguida. Somos feitos de elementos que, separados, desfazem a ilusão da solidez desse “eu”. Somos, ao mesmo tempo, a água, os sais minerais, os elementos químicos do mundo orgânico e inorgânico, o sol e tudo o que sustenta nossa sobrevivência. Carregamos, além disso, as gerações passadas no nosso corpo e na nossa mente. Nossa existência não pode ser separada da existência do outro, do ambiente, do universo. No budismo chamamos a isso de ensinamento do “não-eu” e é um dos pilares da prática.

23. Thay também criou uma palavra nova para designar a existência nesses termos. Para além das especulações metafísicas acerca do Ser e do Não-Ser, Thay nos convida a pensar multidimensionalmente, envolvendo ao mesmo tempo processo e interdependência. Então ele chama isso de Interser. É um verbo também, não é apenas um substantivo. Ao existirmos, intersomos. Nós e o sol intersomos, você e eu intersomos. Nos e a sociedade intersomos. O sol e a lua intersão. As florestas e o nosso prato de comida intersão, assim como a sociedade e a natureza...E assim por diante. É uma maneira de adaptarmos a nossa linguagem aos ensinamentos, um modo de transformar uma noção de interdepedência, que poderia ser interpretada de maneira demasiado estática, em um verbo que transmite a mesma noção só que agora carregada de movimento, processo, possibilidade.

As cinco práticas, ou treinamentos da plena consciência são os seguintes:

Primeiro Treinamento
Consciente do sofrimento causado pela destruição da vida, eu me comprometo a cultivar a solidariedade* e a aprender maneiras de proteger a vida das pessoas, animais , plantas e minerais. Estou determinado a não matar, a não deixar que outros matem e a não tolerar qualquer ato de matança no mundo, no meu pensamento e no meio modo de vida.

Segundo Treinamento
Consciente do sofrimento causado pela exploração, pela injustiça social, pelo roubo e pela opressão, eu me comprometo a cultivar a gentileza amorosa e a aprender maneiras de trabalhar pelo bem estar das pessoas, animais plantas e minerais. Praticarei a generosidade, compartilhando meu tempo, minha energia e meus recursos materiais com aqueles que realmente precisam. Estou determinado a não roubar e a não me apossar de nada que pertença, porventura, a outros. Respeitarei a propriedade alheia, mas impedirei que outros lucrem com o sofrimento humano ou com o sofrimento de outras espécies sobre a terra.

Terceiro Treinamento
Consciente do sofrimento causado pela má conduta sexual, eu me comprometo a cultivar a responsabilidade e a aprender maneiras de proteger a integridade dos indivíduos, dos casais, das famílias e da sociedade. Estou determinado a não me engajar em relações sexuais sem amor e sem compromisso duradouro. Para preservar a minha felicidade e a dos outros, estou determinado a respeitar os meus compromissos e os compromissos dos outros. Farei tudo o que estiver ao meu alcance para proteger as crianças do abuso sexual e para impedir que casais e famílias sejam desfeitos pela má conduta sexual.

Quarto Treinamento
Consciente do sofrimento causado pelas palavras descuidadas e pela incapacidade de ouvir os outros, eu me comprometo a cultivar a fala amável e a escuta profunda para levar alegria e felicidade aos outros e aliviá-los em seu sofrimento. Estou determinado a falar a verdade, com palavras que inspirem autoconfiança, alegria e esperança. Não divulgarei notícias que não tenham fundamento seguro e nem criticarei ou condenarei aquilo de que não tenha certeza. Evitarei pronunciar palavras que possam causar divisão ou discórdia, que possam desagregar a família ou a comunidade. Estou determinado a fazer todos os esforços possíveis para reconciliar e resolver todos os conflitos, por menores que sejam.

Quinto Treinamento
Consciente do sofrimento causado pelo consumo irresponsável, eu me comprometo a cultivar a boa saúde, tanto física quanto mental, para mim, minha família e minha sociedade, praticando a alimentação, a ingestão de líquidos e o consumo com plena consciência. Somente ingerirei ítens que preservem a paz, o bem estar e a alegria no meu corppo, na minha consciência e no corpo coletivo e na consciência da minha família e da minha sociedade. Estou determinado a não usar álcool, ou qualquer tóxico ou consumir alimentos ou outros ítens que contenham toxinas, como certos programas de TV, revistas, livros, filmes e conversas. Estou consciente de que prejudicar o meu corpo ou minha consciência com esses venenos é trair meus ancestrais, meus pais, minha sociedade e as gerações futuras. Trabalharei para transformar a violência, o medo, a ira e a confusão que existem dentro de mim e na sociedade, mediante uma dieta para mim mesmo e para a sociedade. Entendo que uma dieta apropriada seja crucial para auto-transformação e para a transformação da sociedade.


Quem é Thich Nhat Hanh?

24. Thây, como é chamado pelos seus estudantes e seguidores, é um Mestre Zen nascido no Vietnã. No final dos anos 60, com a proibição de retornar ao seu país, Thay se estabeleceu no sudoeste da França, onde construiu uma comunidade de leigos e monásticos que é, hoje, internacionalmente conhecida como Plum Village. Tornou-se famoso por ter cunhado a expressão “budismo engajado” nas suas atividades sociais no Vietnã em meio às guerras de libertação nacional nos anos 60 – primeiro contra os franceses e, posteriormente, contra os norte-americanos. Nunca tomou partido nesse conflito, a não ser ficar ao lado dos camponeses pobres e ser contra a guerra, sendo por isso perseguido por ambas as partes em luta. Por causa desse engajamento, foi proibido primeiro pelo governo pró-americano e depois pelo governo comunista do Vietnã de retornar ao país. Somente em 2005 é que, depois de dez anos de negociações, ele pôde retornar e publicar livros, inclusive obtendo espaço para dar palestras para os altos escalões do partido.

25. Sua comunidade possui monastérios e centros leigos de práticas espalhados pelo mundo, especialmente Alemanha, Inglaterra, Holanda, Itália, França, Estados Unidos, Canadá, países escandinavos, Vietnã, Tailândia e Hong Kong. Nestes locais são organizados períodos de práticas coletivas de meditação, partilha de experiências, reconexão, exercícios físicos e artísticos, reflexão sobre o mundo moderno e encontros interreligiosos formais e informais. Os participante são convidados a refletir sobre si mesmos e sobre seus vínculos com os ancestrais, com a natureza como modo a transformar esta experiência em uma base concreta para um engajamento social sólido.

26. Diferentemente das escolas budistas tradicionais, mas sm excluí-las, os grupos de prática não se caracterizam pela ênfase na construção de templos e performance ritual. A base de sua rede de praticantes são pequenos grupos que se reúnem semanalmente para relembrar os treinamentos e descobrir os melhores meios de atingir a libertação do sofrimento, entendido em sua dimensão coletiva, social e ambiental.

*Proponho aqui a tradução de Karuna (que em inglês é traduzido comumente por compassion) por Solidariedade (ao invés de compaixão, como acontece tradicionalmente). Ver Nota de Tradução da minha autoria.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Idéias Como Obstáculos à Verdadeira Felicidade




Palestra de Dharma dada por Thich Nhat Hanh no Stonehill College em 2003. Nesta palestra, Thay nos alerta que muitas vezes nos apegamos com ardor a certas coisas, sejam elas materiais ou imateriais, como se elas fossem a garantia de nossa felicidade. Pode ser a uma pessoa, a uma idéia, a um projeto político, a uma religião, a algo no mundo das mercadorias, à fama, ao sexo, ao dinheiro...E, na maioria das vezes, essas mesmas coisas são, na realidade, obstáculos para que nos tornemos felizes...

quarta-feira, 11 de março de 2009

Tibete, um ano depois

Rodrigo Araujo Corrêa
(Professor e Jornalista)



10 de março é um dia especial para os tibetanos: marca o levante, em 1959, contra o domínio chinês no Tibete, invadido em 1950. Ano passado, milhares de cidadãos foram novamente às ruas em diversas partes do país manifestar seu descontentamento com a situação. A resposta do governo foi dura - como seria também em outras datas ao longo do ano.

Não faz muito, a ONG Tibetan Centre for Human Rights and Democracy (TCHRD) apresentou seu mais recente relatório anual sobre violações aos direitos humanos no Tibete, referente a 2008. Entre o saldo reportado, temos: mais de uma centena de tibetanos mortos em diferentes manifestações; 6500 prisões, e 190 condenações por períodos que variam de três meses a prisão perpétua. Uma dezena de mortes ligadas à suposta tortura – a descrição dos casos choca. Mais de mil desaparecidos. O governo chinês, a respeito dos protestos, conforme revelou Zero Hora em 26 de fevereiro, ‘afirma que a ação dos revoltosos deixou 19 mortos (18 civis e um policial) e não fala de vítimas da repressão das autoridades’. Além disso, admite apenas a detenção e condenação de 80 pessoas.

É uma pena: o triste quadro – não importa o lado em que se acredite - poderia ter sido completamente evitado, nem mesmo existir, caso o governo da China deixasse os tibetanos tomarem conta de si mesmos, terem um governo autônomo, como no passado. Nenhum grito de dor teria sido ouvido, nenhum excesso teria sido cometido – e não falo apenas da polícia chinesa, alguns manifestantes tibetanos também ‘perderam a cabeça’. Nem mesmo talvez fosse significativo o número de pessoas que saem à rua relembrar o 10 de março. E, caso o Tibete não tivesse sido invadido, nem mesmo haveria de ser marcante tal data. Porém, a realidade é bem diferente e toca a muitos.

Neste ano, as mobilizações continuam, tanto no exterior – como mostrou ZH em 26 de fevereiro – quanto no próprio Tibete – como confirmam visitas ao site da TCHRD -, mesmo sob imprevisíveis consequências. Em 16 de fevereiro, por exemplo, quinze manifestantes foram presos após uma marcha pacífica de duas horas pela praça central da cidade de Lithang. O crime? Carregar um retrato do Dalai Lama e desejar em alto e bom tom a sua volta, além da independência tibetana. O Dalai, por sua vez, já afirmou que se contentaria com o retorno da autonomia. Mas as autoridades de Pequim não negociam a sério.

A ONU é bastante articulada para pressionar o Irã. E os clamores tibetanos, quando ouvirá?

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009



Segundo dos Cinco Treinamentos da Plena Consciência, tais como concebidos pelo Ven. Thich Nhât Hanh.

Thich Nhât Hanh, ou Thây, é conhecido por cunhar a expressão Budismo Engajado, modo de integrar o budismo à sociedade moderna e apresentar suas propostas práticas de superação dos dilemas individuais e coletivos no contexto da crise de nossa civilização. O texto completo pode ser lido em:

http://samoockah.blogspot.com/2006/11/o-cinco-treinamentos-da-plena.html

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Sri Lanka: a guerra esquecida


Car@s amig@s,


No Sri Lanka acontece a guerra civil mais longa e esquecida da Ásia, que em seus momentos finais está colocando em risco aproximadamente 250.000 civis, presos no fogo cruzado entre o governo e os rebeldes.

O governo dos EUA é o maior parceiro comercial do Sri Lanka e um dos maiores doadores de financiamento militar e de desenvolvimento para o país, portanto tem um grande poder de influência sobre o governo. Os EUA pediram “zonas de segurança” para proteger os civis, porém é preciso uma pressão diplomática mais forte para ambos os lados concordarem, deixando claro que o financiamento e o comércio poderão ser comprometidos, assim como medidas diplomáticas legais poderão ser tomadas.

Diplomatas de alto escalão concordaram em apresentar as nossas mensagens pessoalmente para a Secretária de Estado Hillary Clinton dentro dos próximos dias, se comprometendo a responder as mensagens por escrito. Esta é uma verdadeira oportunidade de persuadir a administração Obama a assumir um papel construtivo nesta crise séria. Clique aqui para ver um modelo de mensagem ou enviar a sua mensagem pessoal:

http://www.avaaz.org/po/sri_lanka_civilians

A longa guerra no Sri Lanka já gerou muitas atrocidades e tragédias – a maioria delas não chegou aos noticiários e permaneceram escondidas do mundo devido à campanha brutal do governo contra jornalistas independentes. O fim da guerra não resolverá as injustiças que a causaram; depois que as armas forem colocadas de lado, as questões dos Tamil e outros grupos minoritários terão que ser resolvidos pelo governo através do diálogo político e a reconstrução que virá a seguir.

Porém agora, nos últimos dias ou semanas de guerra, os 250.000 civis Tamil não precisam ser as casualidades finais desta guerra.

Vamos acrescentar as nossas vozes às dos ativistas de direitos humanos que ao longo dos anos lutaram contra a marginalização dos grupos minoritários e contra a degradação dos direitos básicos no Sri Lanka.

Clique abaixo para pedir para a Secretária do Estado dos EUA Clinton, a principal diplomata do Obama, apoiar os civis ameaçados no Sri Lanka:

http://www.avaaz.org/po/sri_lanka_civilians

Com esperança,

Luis, Ben, Graziela, Ricken, Paula, Alice, Iain, Pascal, Paul, Milena e o resto da equipe Avaaz

Saiba mais a guerra do Sri Lanka:

Cruz Vermelha alerta para crise humanitária em meio à guerra no Sri Lanka:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u495342.shtml

Sri Lanka: Ban Ki-moon preocupado com a segurança dos civis afectados pelos combates:
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Interior.aspx?content_id=1121655

ONU atende feridos no Sri Lanka; indiano se mata em protesto contra ofensiva:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u495957.shtml

Exército do Sri Lanka prestes a acabar com resistência dos Tigres Tamil:
http://www.euronews.net/pt/article/04/02/2009/tamil-tigers-urged-to-surrender/

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Greve de fome mundial pelo Zimbáue


Car@s amig@s,

Quando os chefes de Estado africanos se reunirem neste domingo, eles serão saudados por uma multidão de grevistas de fome pedindo justiça e democracia no Zimbábue.

Desmond Tutu, Graça Machel e centenas de outras pessoas se comprometeram a participar da greve de fome em solidariedade para com o povo do Zimbábue, cuja maior parte está lutando para sobreviver com apenas uma refeição por dia ou menos que isso. Essa forte demonstração de compromisso atraiu a atenção da mídia, pressionando os líderes a repudiar Mugabe e suas tentativas de se manter no poder.

Agora é necessário que o mundo apoie essa luta. O ativista sul-africano Kumi Naidoo iniciou oito dias atrás uma greve de fome de 21 dias e gravou um vídeo com um apelo para que os membros da Avaaz em todo o mundo se juntem ao protesto, comprometendo-se a jejuar neste domingo, dia em que ele fará um pronunciamento na reunião de cúpula da União Africana sobre a crise no Zimbábue. Se milhares de nós aderirmos ao jejum coletivo, nossa mobilização dará força às palavras de Kumi Naidoo. Clique aqui para ver o vídeo e aderir ao jejum coletivo:

http://www.avaaz.org/po/fast_for_zimbabwe

A crise do Zimbábue – cólera, hiperinflação, fome e a brutalidade de Mugabe – torna-se cada vez mais grave. Porém, à medida que piora a situação, o movimento em favor de mudanças torna-se cada vez mais forte e mais ousado. A União Europeia acaba de reforçar sanções contra o regime de Mugabe. Grevistas de fome no Sul da África tentaram entregar um abaixo-assinado aos líderes na última segunda-feira e foram recebidos com tiros de balas de borracha pela polícia de choque. E na manhã de hoje, após uma noite inteira de negociações, a mais recente tentativa de Mugabe de reter o controle fracassou quando a oposição se recusou a aderir a um falso governo de “união” que manteria no poder o partido do presidente, não libertaria os presos políticos, nem atenderia às necessidades urgentes dos zimbabuanos.

Os próximos cinco dias serão críticos: enquanto os líderes africanos escolhem que caminhos tomar, precisamos mostrar que o mundo está firmemente em favor do Movimento para a Mudança Democrática, partido zimbabuano eleito honestamente, e do fim do reinado de Mugabe. Quando os líderes da União Africana se reunirem neste domingo, na Etiópia, suas decisões dependerão das condições políticas que podemos ajudar a criar.

Várias vezes nos mobilizamos. Mais de 400.000 membros da Avaaz já participaram de abaixo-assinados, enviando “cartões vermelhos” virtuais a Mugabe que foram acenados por ativistas trabalhistas em uma passeata poucos meses atrás. Depois disso, sobrevoamos a sede das Nações Unidas pedindo que Mbeki apoie a democracia no Zimbábue. E no Natal, transmitimos anúncios de radio para dizer ao povo do Zimbábue que ele não estava sozinho.

Agora, através de um ato concreto de autossacrifício, podemos ampliar ainda mais o alcance de nossos esforços. Nosso jejum solidário fortalecerá a força moral dos ativistas zimbabuanos e sul-africanos que estão exigindo mudanças. Clique aqui para aderir ao jejum coletivo:

http://www.avaaz.org/po/fast_for_zimbabwe

Um dia, o Zimbábue terá de volta a democracia: os refugiados voltarão ao país, os campos estarão repletos de alimentos, os hospitais e clínicas terão muitos medicamentos e possibilidades de cura. E todos nós saberemos que ao responder ao chamado de um povo sofredor, porém desafiador, demos nossa contribuição para a vitória desse povo.

Com esperança,

Ben, Alice, Ricken, Iain, Graziela, Luis, Paula, Paul, Milena, Brett, Pascal, Veronique e toda a equipe da Avaaz.org

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Carta de uma praticante palestina



Carta ao mestre Thich Nhât Hanh (Thây) de uma jovem palestina que participou de um retiro no centro de prática de Plum Village.


Querido Thây,

Sou uma jovem palestina, que fez parte do grupo Israelense-Palestino em Plum Village na semana passada. Eu morei no paraíso por uma semana. Eu senti que Plum Village era o paraíso por duas razões: o lugar e a atmosfera e o fato que nossos inimigos eram nossos amigos. Todas as pessoas em torno eram nossa família. Eu podia ver o calor do amor radiando de cada alma e penetrando em meu coração obscuro. A escuridão que tenho vivido desde minha infância, que foi causada pelos "nossos primos", os primos que levaram embora minha infância e agora objetivam minha juventude. No seu paraíso, minha voz foi ouvida mesmo durante o nobre silêncio. Meu coração foi tocado e a escuridão foi substituída pela luz.

Estou de volta em casa agora. Eu estou pronta a aceitar meus inimigos como minha família. Eu tentarei sincronizar minha respiração com a respiração deles. Deixarei minha voz livre e eu ouvirei duas vezes antes de falar.

Obrigada por nos acolher no seu paraíso, e nos expor aos ensinamentos do Buda.

Uma alma palestina foi mudada. Eu olho em direção à luz agora.

Sinceramente,

Uma participante de Jerusalém, Palestina


Fonte: Sangha Virtual Thich Nhât Hanh - Brasil

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Carta desde Jerusalém


Carta ao mestre Zen vietnamita Thich Nhât Hanh (Thây) e à Sangha de Plum Village, centro de prática dirigido por Thây no Sul da França, escrita por um membro da Sangha de Jerusalém, Israel, diante dos dramáticos acontecimentos destes dias na Faixa de Gaza.


Querido Thây, Querida Sangha,

Esta manhã, em casa, em Jerusalém, chorei.

Para minha surpresa, não chorei pelos habitantes de Gaza e do sul de Israel, nem pelos jovens israelenses convocados para o serviço militar, por quem sinto uma preocupação natural. Estava meditando sobre o dilema moral enfrentado pelo governo e pelos militares: mísseis e foguetes escondidos em escolas cheias de crianças e de pessoas inocentes em Gaza, lançados sobre crianças e inocentes em Israel. Felizmente, o jardim da infância destruído há poucos dias em Israel havia sido evacuado. A neutralização de mísseis e foguetes antes do lançamento mata crianças e inocentes. A não-neutralização também mata crianças e inocentes. De repente me dei conta do grande sofrimento e do enorme peso da responsabilidade dos tomadores de decisão do governo de meu país, dos quais discordo em tantos aspectos e que infelizmente não tiveram a oportunidade de obter maior clareza da mente através da prática. Ao pensar nas decisões que precisam tomar... Não desejo que ninguém esteja em seu lugar.

Meditei sobre a impermanência usando trechos de um livro do Thay, Transformation and Healing, e estou ciente de que minha capacidade de mudar a situação em Gaza – hoje – é limitada. Farei tudo que estiver ao meu alcance para cessar o conflito, mas sei também que as pessoas permanecerão na ignorância, no sofrimento e acabarão transmitindo suas dificuldades, lembranças, sentimentos e formações mentais de uma geração a outra. Devido à natureza da impermanência e do interser, algum dia todos esses fios que estão vivos hoje, a poucas centenas de quilômetros daqui, entrarão em contato com os fios que estou tecendo e transformando neste momento: minha própria ignorância, minhas dificuldades, sentimentos e formações mentais. Quando este momento de contato chegar, seja nesta manifestação ou na próxima, quero que os fios que teço agora estejam preparados, repletos de alegria e com estabilidade suficiente para aceitar e transformar a confusão e a raiva, não importa de onde venham e que forma assumam. Só a guerra causa guerra, só alegria causa alegria, portanto quero cultivar minha alegria hoje, aqui, para que não se perca quando o amanhã chegar.

Inspirando, estou consciente do milagre da vida.
Expirando, sou grato pelo milagre da vida.

Esta tarde, em casa, em Jerusalém, sorrio.


Bar Zecharya
Harmonious Service of the Heart
Jerusalém, Israel
Planeta Terra

Fonte: Sangha Virtual Thich Nhât Hanh - Brasil

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Paz em si mesmo, paz em Gaza


Gostaria de convidar os leitores do nosso blog a fazerem não uma reflexão sobre os atuais acontecimentos na Faixa de Gaza, mas uma reflexão sobre qual o estado da nossa mente quando entramos em contato com essas notícias.

Gostaria de chamar a atenção para o fato de que nem sempre participamos das campanhas pela paz ou contra a violência ou em solidariedade com povos e comunidades exploradas e oprimidas com a mente verdadeiramente em paz, harmonia e não-violência. O dualismo com o qual vivemos cotidianamente tende a se refletir em todas as nossas ações sem tomarmos consciência, tende a se refletir em nós mesmos e na nossa percepção das coisas.

Desse modo, sem querer, alimentamos aquilo que estamos criticando ou agindo contra, semeamos mais violência e visões errôneas.

É uma dificuldade que sinto na pele. É muito difícil observar um conflito sem tomar partido e sem ser indiferente. Fui militante da esquerda durante muitos anos e como tal, fiquei especialista em tomar partido e me alinhar com um dos lados. Ao me tornar budista tive que reaprender a ver as coisas e mais, reaprender a agir nas circunstâncias que clamavam por ação.

Por isso escrevo agora. Para tentar ajudar aqueles que como eu sentem a mesma dificuldade - principalmente diante de tanta notícia ruim, notícias sempre acompanhadas pela parcialidade comum à toda imprensa.

Como manter a mente clara e equânime numa situação como essa de Gaza? Como não demonizar pessoas e países? Como não alimentar o ódio diante de tantas mortes?

Pensei no Quarto Treinamento da Plena Consciência* elaborado pelo mestre Thich Nhât Hanh e no modo como ele pode ajudar-nos. Pensei nele em forma de perguntas também:

Como cultivar a fala amável e a escuta profunda para levar alegria e felicidade aos árabes e judeus da Palestina/Israel e aliviá-los em seu sofrimento?

Como falar a verdade, com palavras que inspirem autoconfiança, alegria e esperança para ambos os povos?

Como fazer para não divulgar notícias que não tenham fundamento seguro e nem criticarei ou condenarei aquilo de que não tenha certeza?

Como fazer para evitar pronunciar palavras que possam causar divisão ou discórdia, que possam desagregar os povos árabe e judeu da Palestina/Israel?

Como fazer todos os esforços possíveis para reconciliar e resolver todos os conflitos, por menores que sejam?

Não é fácil, mas temos que tentar. Podemos fazer, para nos ajudar nisso, sugiro o seguinte exercício:

Podemos imaginar os atuais governantes de Israel, os comandantes dos massacres de inocentes (Shimon Peres, Ehud Olmert, Dalia Itzik, Tzipi Livni, Ehud Barak e todos os outros) como quando eles eram crianças (uns na Europa, outros no Irã e em outros países do Oriente Médio). Todos eles têm a natureza de Buda e a capacidade de iluminação. Todos sofrem e sofrerão mais ainda como resultado de suas ações inábeis e baseadas na ignorância.

Podemos também imaginar as lideranças do Hamas e da autoridade palestina do mesmo modo (Khaled Mashal, Mahmoud Zahar, Mahmoud Abbas, Saeb Erekat e todos os outros), como crianças brincando. Também, todos eles têm a natureza de Buda e a mesma capacidade de iluminação. Todos estão sofrendo e sofrerão mais ainda como resultado de suas ações inábeis e baseadas na ignorância.

Quando eram crianças, todos eles eram capazes de brincar uns com os outros, sem a necessidade de saber o que são, que cor têm ou de onde vêm. E perderam essa capacidade. A criança interior deles está perdida em meio a intermináveis teias de sofrimento e rancor.

Podemos ajudar os palestinos sem pensar que os judeus israelenses são os maus e podemos ajudar os judeus sem pensar que os palestinos são os maus. Ambas as sociedades estão aprendendo a conviver consigo mesmas e com o mundo que os rodeia, e aprendizagens coletivas levam tempo e vidas. Temos que apoiá-las neste caminho, para que elas percebam que quanto mais se identificam (consigo mesmas ou com aquilo que pensam que são) mais geram sofrimento para os que ficarem fora de suas definições.

Agindo assim, fica mais clara a nossa conexão com a paz que propagamos. Como diz o Ven. Thich Nhât Hanh: Paz em si mesmo, paz no mundo.

Obrigado pela atenção

Samuel Cavalcante

* Quarto Treinamento da Plena Consciência - Thich Nhât Hanh

Consciente do sofrimento causado pelas palavras descuidadas e pela incapacidade de ouvir os outros, eu me comprometo a cultivar a fala amável e a escuta profunda para levar alegria e felicidade aos outros e aliviá-los em seu sofrimento. Estou determinado a falar a verdade, com palavras que inspirem autoconfiança, alegria e esperança. Não divulgarei notícias que não tenham fundamento seguro e nem criticarei ou condenarei aquilo de que não tenha certeza. Evitarei pronunciar palavras que possam causar divisão ou discórdia, que possam desagregar a família ou a comunidade. Estou determinado a fazer todos os esforços possíveis para reconciliar e resolver todos os conflitos, por menores que sejam.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Basta: Gaza quer Paz!


O derramamento de sangue em Gaza está escalando – o número de mortos já chegou a 600 pessoas sendo quase metade civis, entre eles mais de 100 crianças.
Os tanques, aviões e artilharia israelense estão bombardeando áreas densamente povoadas, incluindo escolas da ONU. Milhares estão feridos e 1.5 milhões de civis aterrorizados não têm para onde escapar mantidos como prisioneiros dentro de fronteiras fechadas. Enquanto isso o Hamas continua e lutar e lançar foguetes contra o sul de Israel, 11 israelenses foram mortos incluindo por “fogo amigo”.

O nosso chamado global por um cessar-fogo começou a ressoar alto e claro, ganhando o apoio de líderes da Europa, Oriente Médio e além, definindo assim os termos para um acordo. Porém Israel continua a rejeitar uma trégua e o Presidente dos Estados Unidos, George Bush, está barrando um cessar-fogo negociado na ONU pressionando por uma alternativa que pretende legitimar o isolamento sufocante de Israel em Gaza.

Precisamos dizer: BASTA. Não podemos deixar os Estados Unidos e companhia bloquear um cessar-fogo justo e negociado. 250.000 pessoas assinaram a petição pelo cessar-fogo, vamos mostrar que podemos conseguir meio milhão. Esta petição, com o número de assinaturas, será publicada num anúncio forte no Washington Post direcionado aos líderes americanos e será também entregue em reuniões com os membros do Conselho de Segurança da ONU. Clique no link abaixo para ver o anúncio, assinar a petição e encaminhar esta mensagem para todos os seus amigos e familiares:

http://www.avaaz.org/po/gaza_time_for_peace/

Nossos esforços podem realmente fazer a diferença – o próprio Ministro das Relações Externas de Israel admitiu que se a pressão internacional for forte o suficiente, ela pode garantir um cessar-fogo. Enquanto a comunidade internacional continua a debater demoradamente, mais civis morrem todos os dias. Os oficiais da ONU em Gaza dizem: “Não há lugar seguro em Gaza. Todos aqui estão aterrorizados e traumatizados”. Ao bloquear a resolução da ONU, o Bush pretende excluir o Hamas de qualquer acordo de cessar-fogo dando carta branca para Israel continuar com a violência. Por isso estamos direcionando o nosso apelo ao novo Presidente Obama e o Congresso Americano, assim como a União Européia e outros líderes internacionais. Só assim conseguiremos uma resolução justa e estável.

Para ser duradouro, um cessar-fogo deve proteger os civis e parar os ataques a ambos os lados – tanto o bombardeio e incursão israelense quanto os foguetes palestinos lançados ao sul de Israel. Uma supervisão internacional é crucialmente necessária para que a fronteira de Gaza possa ser reaberta deixando entrar alimentos, combustíveis, medicamentos e outros produtos, e impedindo a entrada de armamentos ilegais que só tem aumentado desde que as fronteiras foram bloqueadas. A supervisão internacional também é essencial para monitorar e garantir o cessar-fogo em ambos os lados.

O Hamas, que ganhou as eleições em 2006 e agora governa Gaza, diz que irá concordar com o cessar-fogo. Eles devem cumprir sua promessa assim como Israel. Não há uma solução militar para a situação, em nenhum dos lados. Chegou a hora dos poderes globais intervirem dando avanço a um acordo justo para proteger civis em ambos os lados para que eles possam viver suas vidas com paz e segurança. Assine a petição agora no link abaixo, se você já assinou, envie esta mensagem para todos que você conhece – ela será publicada no Washington Post e outros meios, e será entregue em reuniões pessoais com a equipe de Barack Obama, o Conselho de Segurança da ONU e lideranças européias:

http://www.avaaz.org/po/gaza_time_for_peace/

Com esperança e determinação,

Paul, Graziela, Ricken, Pascal, Luis, Alice, Brett, Ben, Iain, Paula, Veronique, Milena e o resto da equipe da Avaaz

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Gaza: exijamos o fim do massacre!


Ao observarmos o massacre de Gaza com horror e assustados com a rápida e descontrolada espiral da crise, uma coisa é certa: essa violência só causará mais sofrimento entre os civis e uma escalada do conflito.

É preciso encontrar outra solução. Até agora, mais de 370 pessoas já morreram e outras centenas foram feridas. Pela primeira vez, os mísseis estão atingindo a cidade de Ashdod, no interior de Israel, e ambos os lados do conflito estão se mobilizando para uma invasão. Começou uma reação mundial, mas será preciso mais do que palavras: não haverá o fim da violência imediata, nem a garantia de paz geral sem uma firme mobilização da comunidade internacional.

Estamos lançando hoje uma campanha emergencial que será entregue ao Conselho de Segurança da ONU e às principais potências mundiais, pedindo medidas para garantir o cessar-fogo imediato, atenção à escalada dessa crise humanitária e providências para que se possa chegar à paz real e duradoura na região.1 Siga o link abaixo agora mesmo para assinar o abaixo-assinado emergencial e enviá-lo a todas as pessoas que você conhece:

http://www.avaaz.org/po/gaza_time_for_peace

Após oito ou mais anos de diplomacia americana e internacional sem resultados, que levaram ao dia mais sangrento de Gaza já registrado pela memória recente, precisamos levantar um protesto mundial exigindo que os líderes mundiais façam mais do que emitir declarações, para que possam garantir a paz nessa região. A ONU, a União Européia, a Liga Árabe e os EUA devem agir juntos para garantir um cessar-fogo, inclusive dando fim aos ataques de mísseis em Israel e abrindo os pontos de travessia de fronteiras para obtenção de combustíveis, alimentos, medicamentos e outras remessas de ajuda humanitária.

Com a posse do novo presidente americano em menos de um mês, surge uma oportunidade real de reviver os esforços de paz. As recentes hostilidades exigem não apenas um cessar-fogo imediato, como também um compromisso de Obama e outros líderes mundiais de que a resolução do conflito entre Israel e Palestina terá prioridade máxima em suas agendas. Diante do impacto desse conflito contínuo em todo o mundo, isso é o mínimo que devemos exigir.

Em 2006, fizemos uma mobilização pelo cessar-fogo no Líbano. Durante anos, temos trabalhado por uma paz justa e duradoura, publicando outdoors e anúncios em Israel e na Palestina. Agora, entrando no novo ano de 2009, precisamos nos mobilizar novamente para exigir a resolução pacífica e duradoura do conflito, em vez da escalada da violência. Siga este link para incluir seu nome do pedido de paz:

http://www.avaaz.org/po/gaza_time_for_peace

Todos os lados do conflito continuarão a agir assim como antes se acreditarem que o mundo vai permitir que eles continuem com essa postura sem fazer nada para detê-los. Dois mil e nove será um ano em que as coisas poderão ser diferentes. Diante dessa crise e das possibilidades de um novo ano, é hora de exigir o cessar-fogo e trabalharmos juntos para finalmente dar fim a esse ciclo de violência.

Com esperança e determinação,

Brett, Ricken, Alice, Ben, Pascal, Paul, Graziela, Paula, Luis, Iain e toda a equipe da Avaaz


1 Entre as medidas adicionais possíveis estão: uma resolução formal do Conselho de Segurança em vez da emissão de uma declaração à imprensa, como a de 28 de dezembro de 2008; pressão internacional explícita nas esferas pública e privada para que as partes conflitantes acabem com as hostilidades, inclusive elaborando termos claros para a retomada das negociações (ver também este artigo em inglês: http://www.jpost.com/servlet/Satellite?cid=1230456497503&pagename=JPost/JPArticle/ShowFull); supervisão internacional da fronteira em Rafah; e, com o tempo, uma resolução detalhada do Conselho de Segurança estabelecendo os termos do direito internacional para a paz permanente entre Israel e a Palestina.