quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Greve de fome mundial pelo Zimbáue


Car@s amig@s,

Quando os chefes de Estado africanos se reunirem neste domingo, eles serão saudados por uma multidão de grevistas de fome pedindo justiça e democracia no Zimbábue.

Desmond Tutu, Graça Machel e centenas de outras pessoas se comprometeram a participar da greve de fome em solidariedade para com o povo do Zimbábue, cuja maior parte está lutando para sobreviver com apenas uma refeição por dia ou menos que isso. Essa forte demonstração de compromisso atraiu a atenção da mídia, pressionando os líderes a repudiar Mugabe e suas tentativas de se manter no poder.

Agora é necessário que o mundo apoie essa luta. O ativista sul-africano Kumi Naidoo iniciou oito dias atrás uma greve de fome de 21 dias e gravou um vídeo com um apelo para que os membros da Avaaz em todo o mundo se juntem ao protesto, comprometendo-se a jejuar neste domingo, dia em que ele fará um pronunciamento na reunião de cúpula da União Africana sobre a crise no Zimbábue. Se milhares de nós aderirmos ao jejum coletivo, nossa mobilização dará força às palavras de Kumi Naidoo. Clique aqui para ver o vídeo e aderir ao jejum coletivo:

http://www.avaaz.org/po/fast_for_zimbabwe

A crise do Zimbábue – cólera, hiperinflação, fome e a brutalidade de Mugabe – torna-se cada vez mais grave. Porém, à medida que piora a situação, o movimento em favor de mudanças torna-se cada vez mais forte e mais ousado. A União Europeia acaba de reforçar sanções contra o regime de Mugabe. Grevistas de fome no Sul da África tentaram entregar um abaixo-assinado aos líderes na última segunda-feira e foram recebidos com tiros de balas de borracha pela polícia de choque. E na manhã de hoje, após uma noite inteira de negociações, a mais recente tentativa de Mugabe de reter o controle fracassou quando a oposição se recusou a aderir a um falso governo de “união” que manteria no poder o partido do presidente, não libertaria os presos políticos, nem atenderia às necessidades urgentes dos zimbabuanos.

Os próximos cinco dias serão críticos: enquanto os líderes africanos escolhem que caminhos tomar, precisamos mostrar que o mundo está firmemente em favor do Movimento para a Mudança Democrática, partido zimbabuano eleito honestamente, e do fim do reinado de Mugabe. Quando os líderes da União Africana se reunirem neste domingo, na Etiópia, suas decisões dependerão das condições políticas que podemos ajudar a criar.

Várias vezes nos mobilizamos. Mais de 400.000 membros da Avaaz já participaram de abaixo-assinados, enviando “cartões vermelhos” virtuais a Mugabe que foram acenados por ativistas trabalhistas em uma passeata poucos meses atrás. Depois disso, sobrevoamos a sede das Nações Unidas pedindo que Mbeki apoie a democracia no Zimbábue. E no Natal, transmitimos anúncios de radio para dizer ao povo do Zimbábue que ele não estava sozinho.

Agora, através de um ato concreto de autossacrifício, podemos ampliar ainda mais o alcance de nossos esforços. Nosso jejum solidário fortalecerá a força moral dos ativistas zimbabuanos e sul-africanos que estão exigindo mudanças. Clique aqui para aderir ao jejum coletivo:

http://www.avaaz.org/po/fast_for_zimbabwe

Um dia, o Zimbábue terá de volta a democracia: os refugiados voltarão ao país, os campos estarão repletos de alimentos, os hospitais e clínicas terão muitos medicamentos e possibilidades de cura. E todos nós saberemos que ao responder ao chamado de um povo sofredor, porém desafiador, demos nossa contribuição para a vitória desse povo.

Com esperança,

Ben, Alice, Ricken, Iain, Graziela, Luis, Paula, Paul, Milena, Brett, Pascal, Veronique e toda a equipe da Avaaz.org

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Carta de uma praticante palestina



Carta ao mestre Thich Nhât Hanh (Thây) de uma jovem palestina que participou de um retiro no centro de prática de Plum Village.


Querido Thây,

Sou uma jovem palestina, que fez parte do grupo Israelense-Palestino em Plum Village na semana passada. Eu morei no paraíso por uma semana. Eu senti que Plum Village era o paraíso por duas razões: o lugar e a atmosfera e o fato que nossos inimigos eram nossos amigos. Todas as pessoas em torno eram nossa família. Eu podia ver o calor do amor radiando de cada alma e penetrando em meu coração obscuro. A escuridão que tenho vivido desde minha infância, que foi causada pelos "nossos primos", os primos que levaram embora minha infância e agora objetivam minha juventude. No seu paraíso, minha voz foi ouvida mesmo durante o nobre silêncio. Meu coração foi tocado e a escuridão foi substituída pela luz.

Estou de volta em casa agora. Eu estou pronta a aceitar meus inimigos como minha família. Eu tentarei sincronizar minha respiração com a respiração deles. Deixarei minha voz livre e eu ouvirei duas vezes antes de falar.

Obrigada por nos acolher no seu paraíso, e nos expor aos ensinamentos do Buda.

Uma alma palestina foi mudada. Eu olho em direção à luz agora.

Sinceramente,

Uma participante de Jerusalém, Palestina


Fonte: Sangha Virtual Thich Nhât Hanh - Brasil

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Carta desde Jerusalém


Carta ao mestre Zen vietnamita Thich Nhât Hanh (Thây) e à Sangha de Plum Village, centro de prática dirigido por Thây no Sul da França, escrita por um membro da Sangha de Jerusalém, Israel, diante dos dramáticos acontecimentos destes dias na Faixa de Gaza.


Querido Thây, Querida Sangha,

Esta manhã, em casa, em Jerusalém, chorei.

Para minha surpresa, não chorei pelos habitantes de Gaza e do sul de Israel, nem pelos jovens israelenses convocados para o serviço militar, por quem sinto uma preocupação natural. Estava meditando sobre o dilema moral enfrentado pelo governo e pelos militares: mísseis e foguetes escondidos em escolas cheias de crianças e de pessoas inocentes em Gaza, lançados sobre crianças e inocentes em Israel. Felizmente, o jardim da infância destruído há poucos dias em Israel havia sido evacuado. A neutralização de mísseis e foguetes antes do lançamento mata crianças e inocentes. A não-neutralização também mata crianças e inocentes. De repente me dei conta do grande sofrimento e do enorme peso da responsabilidade dos tomadores de decisão do governo de meu país, dos quais discordo em tantos aspectos e que infelizmente não tiveram a oportunidade de obter maior clareza da mente através da prática. Ao pensar nas decisões que precisam tomar... Não desejo que ninguém esteja em seu lugar.

Meditei sobre a impermanência usando trechos de um livro do Thay, Transformation and Healing, e estou ciente de que minha capacidade de mudar a situação em Gaza – hoje – é limitada. Farei tudo que estiver ao meu alcance para cessar o conflito, mas sei também que as pessoas permanecerão na ignorância, no sofrimento e acabarão transmitindo suas dificuldades, lembranças, sentimentos e formações mentais de uma geração a outra. Devido à natureza da impermanência e do interser, algum dia todos esses fios que estão vivos hoje, a poucas centenas de quilômetros daqui, entrarão em contato com os fios que estou tecendo e transformando neste momento: minha própria ignorância, minhas dificuldades, sentimentos e formações mentais. Quando este momento de contato chegar, seja nesta manifestação ou na próxima, quero que os fios que teço agora estejam preparados, repletos de alegria e com estabilidade suficiente para aceitar e transformar a confusão e a raiva, não importa de onde venham e que forma assumam. Só a guerra causa guerra, só alegria causa alegria, portanto quero cultivar minha alegria hoje, aqui, para que não se perca quando o amanhã chegar.

Inspirando, estou consciente do milagre da vida.
Expirando, sou grato pelo milagre da vida.

Esta tarde, em casa, em Jerusalém, sorrio.


Bar Zecharya
Harmonious Service of the Heart
Jerusalém, Israel
Planeta Terra

Fonte: Sangha Virtual Thich Nhât Hanh - Brasil

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Paz em si mesmo, paz em Gaza


Gostaria de convidar os leitores do nosso blog a fazerem não uma reflexão sobre os atuais acontecimentos na Faixa de Gaza, mas uma reflexão sobre qual o estado da nossa mente quando entramos em contato com essas notícias.

Gostaria de chamar a atenção para o fato de que nem sempre participamos das campanhas pela paz ou contra a violência ou em solidariedade com povos e comunidades exploradas e oprimidas com a mente verdadeiramente em paz, harmonia e não-violência. O dualismo com o qual vivemos cotidianamente tende a se refletir em todas as nossas ações sem tomarmos consciência, tende a se refletir em nós mesmos e na nossa percepção das coisas.

Desse modo, sem querer, alimentamos aquilo que estamos criticando ou agindo contra, semeamos mais violência e visões errôneas.

É uma dificuldade que sinto na pele. É muito difícil observar um conflito sem tomar partido e sem ser indiferente. Fui militante da esquerda durante muitos anos e como tal, fiquei especialista em tomar partido e me alinhar com um dos lados. Ao me tornar budista tive que reaprender a ver as coisas e mais, reaprender a agir nas circunstâncias que clamavam por ação.

Por isso escrevo agora. Para tentar ajudar aqueles que como eu sentem a mesma dificuldade - principalmente diante de tanta notícia ruim, notícias sempre acompanhadas pela parcialidade comum à toda imprensa.

Como manter a mente clara e equânime numa situação como essa de Gaza? Como não demonizar pessoas e países? Como não alimentar o ódio diante de tantas mortes?

Pensei no Quarto Treinamento da Plena Consciência* elaborado pelo mestre Thich Nhât Hanh e no modo como ele pode ajudar-nos. Pensei nele em forma de perguntas também:

Como cultivar a fala amável e a escuta profunda para levar alegria e felicidade aos árabes e judeus da Palestina/Israel e aliviá-los em seu sofrimento?

Como falar a verdade, com palavras que inspirem autoconfiança, alegria e esperança para ambos os povos?

Como fazer para não divulgar notícias que não tenham fundamento seguro e nem criticarei ou condenarei aquilo de que não tenha certeza?

Como fazer para evitar pronunciar palavras que possam causar divisão ou discórdia, que possam desagregar os povos árabe e judeu da Palestina/Israel?

Como fazer todos os esforços possíveis para reconciliar e resolver todos os conflitos, por menores que sejam?

Não é fácil, mas temos que tentar. Podemos fazer, para nos ajudar nisso, sugiro o seguinte exercício:

Podemos imaginar os atuais governantes de Israel, os comandantes dos massacres de inocentes (Shimon Peres, Ehud Olmert, Dalia Itzik, Tzipi Livni, Ehud Barak e todos os outros) como quando eles eram crianças (uns na Europa, outros no Irã e em outros países do Oriente Médio). Todos eles têm a natureza de Buda e a capacidade de iluminação. Todos sofrem e sofrerão mais ainda como resultado de suas ações inábeis e baseadas na ignorância.

Podemos também imaginar as lideranças do Hamas e da autoridade palestina do mesmo modo (Khaled Mashal, Mahmoud Zahar, Mahmoud Abbas, Saeb Erekat e todos os outros), como crianças brincando. Também, todos eles têm a natureza de Buda e a mesma capacidade de iluminação. Todos estão sofrendo e sofrerão mais ainda como resultado de suas ações inábeis e baseadas na ignorância.

Quando eram crianças, todos eles eram capazes de brincar uns com os outros, sem a necessidade de saber o que são, que cor têm ou de onde vêm. E perderam essa capacidade. A criança interior deles está perdida em meio a intermináveis teias de sofrimento e rancor.

Podemos ajudar os palestinos sem pensar que os judeus israelenses são os maus e podemos ajudar os judeus sem pensar que os palestinos são os maus. Ambas as sociedades estão aprendendo a conviver consigo mesmas e com o mundo que os rodeia, e aprendizagens coletivas levam tempo e vidas. Temos que apoiá-las neste caminho, para que elas percebam que quanto mais se identificam (consigo mesmas ou com aquilo que pensam que são) mais geram sofrimento para os que ficarem fora de suas definições.

Agindo assim, fica mais clara a nossa conexão com a paz que propagamos. Como diz o Ven. Thich Nhât Hanh: Paz em si mesmo, paz no mundo.

Obrigado pela atenção

Samuel Cavalcante

* Quarto Treinamento da Plena Consciência - Thich Nhât Hanh

Consciente do sofrimento causado pelas palavras descuidadas e pela incapacidade de ouvir os outros, eu me comprometo a cultivar a fala amável e a escuta profunda para levar alegria e felicidade aos outros e aliviá-los em seu sofrimento. Estou determinado a falar a verdade, com palavras que inspirem autoconfiança, alegria e esperança. Não divulgarei notícias que não tenham fundamento seguro e nem criticarei ou condenarei aquilo de que não tenha certeza. Evitarei pronunciar palavras que possam causar divisão ou discórdia, que possam desagregar a família ou a comunidade. Estou determinado a fazer todos os esforços possíveis para reconciliar e resolver todos os conflitos, por menores que sejam.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Basta: Gaza quer Paz!


O derramamento de sangue em Gaza está escalando – o número de mortos já chegou a 600 pessoas sendo quase metade civis, entre eles mais de 100 crianças.
Os tanques, aviões e artilharia israelense estão bombardeando áreas densamente povoadas, incluindo escolas da ONU. Milhares estão feridos e 1.5 milhões de civis aterrorizados não têm para onde escapar mantidos como prisioneiros dentro de fronteiras fechadas. Enquanto isso o Hamas continua e lutar e lançar foguetes contra o sul de Israel, 11 israelenses foram mortos incluindo por “fogo amigo”.

O nosso chamado global por um cessar-fogo começou a ressoar alto e claro, ganhando o apoio de líderes da Europa, Oriente Médio e além, definindo assim os termos para um acordo. Porém Israel continua a rejeitar uma trégua e o Presidente dos Estados Unidos, George Bush, está barrando um cessar-fogo negociado na ONU pressionando por uma alternativa que pretende legitimar o isolamento sufocante de Israel em Gaza.

Precisamos dizer: BASTA. Não podemos deixar os Estados Unidos e companhia bloquear um cessar-fogo justo e negociado. 250.000 pessoas assinaram a petição pelo cessar-fogo, vamos mostrar que podemos conseguir meio milhão. Esta petição, com o número de assinaturas, será publicada num anúncio forte no Washington Post direcionado aos líderes americanos e será também entregue em reuniões com os membros do Conselho de Segurança da ONU. Clique no link abaixo para ver o anúncio, assinar a petição e encaminhar esta mensagem para todos os seus amigos e familiares:

http://www.avaaz.org/po/gaza_time_for_peace/

Nossos esforços podem realmente fazer a diferença – o próprio Ministro das Relações Externas de Israel admitiu que se a pressão internacional for forte o suficiente, ela pode garantir um cessar-fogo. Enquanto a comunidade internacional continua a debater demoradamente, mais civis morrem todos os dias. Os oficiais da ONU em Gaza dizem: “Não há lugar seguro em Gaza. Todos aqui estão aterrorizados e traumatizados”. Ao bloquear a resolução da ONU, o Bush pretende excluir o Hamas de qualquer acordo de cessar-fogo dando carta branca para Israel continuar com a violência. Por isso estamos direcionando o nosso apelo ao novo Presidente Obama e o Congresso Americano, assim como a União Européia e outros líderes internacionais. Só assim conseguiremos uma resolução justa e estável.

Para ser duradouro, um cessar-fogo deve proteger os civis e parar os ataques a ambos os lados – tanto o bombardeio e incursão israelense quanto os foguetes palestinos lançados ao sul de Israel. Uma supervisão internacional é crucialmente necessária para que a fronteira de Gaza possa ser reaberta deixando entrar alimentos, combustíveis, medicamentos e outros produtos, e impedindo a entrada de armamentos ilegais que só tem aumentado desde que as fronteiras foram bloqueadas. A supervisão internacional também é essencial para monitorar e garantir o cessar-fogo em ambos os lados.

O Hamas, que ganhou as eleições em 2006 e agora governa Gaza, diz que irá concordar com o cessar-fogo. Eles devem cumprir sua promessa assim como Israel. Não há uma solução militar para a situação, em nenhum dos lados. Chegou a hora dos poderes globais intervirem dando avanço a um acordo justo para proteger civis em ambos os lados para que eles possam viver suas vidas com paz e segurança. Assine a petição agora no link abaixo, se você já assinou, envie esta mensagem para todos que você conhece – ela será publicada no Washington Post e outros meios, e será entregue em reuniões pessoais com a equipe de Barack Obama, o Conselho de Segurança da ONU e lideranças européias:

http://www.avaaz.org/po/gaza_time_for_peace/

Com esperança e determinação,

Paul, Graziela, Ricken, Pascal, Luis, Alice, Brett, Ben, Iain, Paula, Veronique, Milena e o resto da equipe da Avaaz

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Gaza: exijamos o fim do massacre!


Ao observarmos o massacre de Gaza com horror e assustados com a rápida e descontrolada espiral da crise, uma coisa é certa: essa violência só causará mais sofrimento entre os civis e uma escalada do conflito.

É preciso encontrar outra solução. Até agora, mais de 370 pessoas já morreram e outras centenas foram feridas. Pela primeira vez, os mísseis estão atingindo a cidade de Ashdod, no interior de Israel, e ambos os lados do conflito estão se mobilizando para uma invasão. Começou uma reação mundial, mas será preciso mais do que palavras: não haverá o fim da violência imediata, nem a garantia de paz geral sem uma firme mobilização da comunidade internacional.

Estamos lançando hoje uma campanha emergencial que será entregue ao Conselho de Segurança da ONU e às principais potências mundiais, pedindo medidas para garantir o cessar-fogo imediato, atenção à escalada dessa crise humanitária e providências para que se possa chegar à paz real e duradoura na região.1 Siga o link abaixo agora mesmo para assinar o abaixo-assinado emergencial e enviá-lo a todas as pessoas que você conhece:

http://www.avaaz.org/po/gaza_time_for_peace

Após oito ou mais anos de diplomacia americana e internacional sem resultados, que levaram ao dia mais sangrento de Gaza já registrado pela memória recente, precisamos levantar um protesto mundial exigindo que os líderes mundiais façam mais do que emitir declarações, para que possam garantir a paz nessa região. A ONU, a União Européia, a Liga Árabe e os EUA devem agir juntos para garantir um cessar-fogo, inclusive dando fim aos ataques de mísseis em Israel e abrindo os pontos de travessia de fronteiras para obtenção de combustíveis, alimentos, medicamentos e outras remessas de ajuda humanitária.

Com a posse do novo presidente americano em menos de um mês, surge uma oportunidade real de reviver os esforços de paz. As recentes hostilidades exigem não apenas um cessar-fogo imediato, como também um compromisso de Obama e outros líderes mundiais de que a resolução do conflito entre Israel e Palestina terá prioridade máxima em suas agendas. Diante do impacto desse conflito contínuo em todo o mundo, isso é o mínimo que devemos exigir.

Em 2006, fizemos uma mobilização pelo cessar-fogo no Líbano. Durante anos, temos trabalhado por uma paz justa e duradoura, publicando outdoors e anúncios em Israel e na Palestina. Agora, entrando no novo ano de 2009, precisamos nos mobilizar novamente para exigir a resolução pacífica e duradoura do conflito, em vez da escalada da violência. Siga este link para incluir seu nome do pedido de paz:

http://www.avaaz.org/po/gaza_time_for_peace

Todos os lados do conflito continuarão a agir assim como antes se acreditarem que o mundo vai permitir que eles continuem com essa postura sem fazer nada para detê-los. Dois mil e nove será um ano em que as coisas poderão ser diferentes. Diante dessa crise e das possibilidades de um novo ano, é hora de exigir o cessar-fogo e trabalharmos juntos para finalmente dar fim a esse ciclo de violência.

Com esperança e determinação,

Brett, Ricken, Alice, Ben, Pascal, Paul, Graziela, Paula, Luis, Iain e toda a equipe da Avaaz


1 Entre as medidas adicionais possíveis estão: uma resolução formal do Conselho de Segurança em vez da emissão de uma declaração à imprensa, como a de 28 de dezembro de 2008; pressão internacional explícita nas esferas pública e privada para que as partes conflitantes acabem com as hostilidades, inclusive elaborando termos claros para a retomada das negociações (ver também este artigo em inglês: http://www.jpost.com/servlet/Satellite?cid=1230456497503&pagename=JPost/JPArticle/ShowFull); supervisão internacional da fronteira em Rafah; e, com o tempo, uma resolução detalhada do Conselho de Segurança estabelecendo os termos do direito internacional para a paz permanente entre Israel e a Palestina.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Mensagem de Ano Novo


O planeta está atravessando uma época de crise: ecológica, ética, política, social, econômica... O ideograma chinês que traduz a palavra "crise",
wei-ji, está composto por dois símbolos: o primeiro, wei, significa perigo; o segundo, ji, ponto de mutação. A crise é, portanto, uma oportunidade ímpar de transformação.

Que 2009 represente para todas e todos uma ocasião única de transformar as nossas vidas de cultivar o desapego, de abandonar o supérfluo e resgatar o essencial, de atingir uma maior compreensão de nós mesmos, dos demais e da vida, de regar as sementes da compaixão e do amor universais e não-discriminantes.

Feliz Ano Novo a todas e a todos!

Militância Búdica


Texto enviado por Antônio Carlos Rocha (Hakuan)

“(...) encontramos um padre budista que eu tinha visto numa passeata de protesto alguns dias antes na frente do prédio do parlamento nacional japonês. Centenas de manifestantes se reuniram para protestar contra o envolvimento das Forças de Defesa japonesas na guerra do Iraque, exigindo a libertação dos reféns japoneses lá. No saguão do prédio as pessoas se amontoavam para ouvir os discursos políticos. Havia câmeras por toda parte. Outros grupos com seus próprios programas lutavam para obter exposição na mídia. Em meio a esse caos, discretamente posicionado na calçada da frente do prédio, Takeda Takao liderava alguns sacerdotes empunhando cornetas, tambores e bandeiras. A presença deles emprestava certa calma ao cenário tão carregado de energia.


“(...) Takeda nos contou que fazia parte da Nipponzan Myohoji, uma organização budista internacional fundada no início do século XX. Os monges e monjas dessa seita organizam longas caminhadas, cantando e batendo seus tambores em apelo à paz por todo o mundo, uma tática inspirada em Mahatma Gandhi. Uma vez por ano Takeda lidera uma vigília memorial e pela paz por quase mil e trezentos quilômetros e três meses de Tóquio até Hiroshima homenageando as vidas perdidas lá nos bombardeios atômicos de 1945.


“Perguntei como tinha se tornado um radical.


“- Não sou radical – ele interrompeu. – Isto é lógico e prático. Atos de violência perdem sempre. Os canais burocráticos são um labirinto infindável. O protesto pacífico é o único modo de mudar alguma coisa. A raiva gera mais raiva no mundo. Pessoas pacíficas criam um planeta pacífico.


“Os protestos de meados dos anos 1970 contra a construção do Aeroporto Internacional de Narita, a 64 quilômetros de Tóquio, fez Takeda chegar a essa conclusão. Ele tinha participado de manifestações defendendo os direitos dos horticultores de manterem as terras que o governo havia tomado. Em 1978 o aeroporto abriu mesmo assim, custando vidas humanas e terras produtivas. Num campo ao lado das cercas da pista de decolagem, a ordem Nipponzan Myohoji erigiu um pagode da paz que continua de pé, Takeda me disse.”


(Págs. 246 e 247 do livro Buda ou o desapego, de Perry Garfinkel, ed. Rocco.)


Obs. A Nipponzan Myohoji é uma linhagem do Budismo Nichiren, tem como base os ensinamentos do Sutra do Lótus e o Sagrado Mantra Namu Myou Hou Ren Gue Kyou.