quarta-feira, 10 de outubro de 2007

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Presos foram tratados como animais, diz monge

Por Aung Hla Tun

Centenas de monges budistas presos pela junta militar que controla Mianmar, a antiga Birmânia, foram espancados e tratados como animais, sem ter acesso a um banheiro ou a água potável durante dias de interrogatórios, afirmou na quinta-feira um dos monges libertados.

"No começo, as coisas estavam péssimas", disse à Reuters o homem, que pediu para sua identidade não ser divulgada com medo de sofrer represálias por manifestar-se contra o atual governo, a face mais recente de uma ditadura militar iniciada 45 anos atrás.

Mantidos presos durante mais de uma semana em um complexo que abrigava antes o Instituto Técnico do Governo, no norte de Yangun, os monges -- figuras reverenciadas nesse país majoritariamente budista -- viram-se privados de seus tradicionais robes monásticos e tratados como criminosos comuns.

"Quando um de nós referia-se a si mesmo como monge, recebia um tapa", disse o monge. "O interrogador então dizia: 'Você não é mais um monge. Você é apenas um homem comum com a cabeça raspada'."

Os monges, considerados pelos militares como o maior desafio a seu domínio devido à autoridade moral deles, ficaram em locais tão apertados que não tinham espaço para se deitar.

Durante dias, não puderam ir ao banheiro, não conseguiram lavar as mãos e foram obrigados a pegar punhados de arroz mal cozido com os próprios dedos.

Em determinados momentos, em meio à incessante enxurrada de perguntas para identificar os líderes das manifestações recentes, as maiores realizadas contra a junta militar nos últimos 20 anos, os monges que forneciam respostas consideradas erradas ou inadequadas eram atingidos na cabeça ou chutados, contou o homem libertado.

Os meios de comunicação do país, controlados pelo governo, só admitem que 10 pessoas foram mortas na onda de repressão iniciada na última semana de setembro, a primeira resposta incisiva e violenta do regime militar contra os protestos. Governos do Ocidente e testemunhas birmanesas da repressão, no entanto, afirmam que a cifra real é muitíssimo maior (clique aqui para mais detalhes).

Fonte: Reuters


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Leia a Declaração de Suporte à luta democrática birmanesa do Colegiado Buddhista Brasileiro (CBB)

Para acompanhar os acontecimentos de Mianmar em inglês ou em birmanês:

Mizzima News (Site da oposição birmanesa no exílio, em inglês)

Burma Watch (Organização de suporte ao movimento democrático, em inglês)

Associação de Ajuda aos Prisioneiros Políticos (Assistance Association for Political Prisoners, AAPP) - Site em inglês

Ko Htike’s Prosaic Collection (Blog em inglês e birmanês)

Myochit Myanmar (Blog em inglês e birmanês)

Mr. Jade (Blog em inglês e birmanês)

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