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Repressão violenta das manifestações em Mianmar deixa nove mortos
Por Aung Hla Tun
Pelo menos nove pessoas morreram nos protestos de Mianmar na quinta-feira, quando a junta militar deu dez minutos para os manifestantes deixarem as ruas do centro de Yangon, sob pena de atirar neles.
No segundo dia da forte repressão contra as maiores manifestações contra o governo militar em 20 anos, bem menos gente foi às ruas. Soldados invadiram monastérios no meio da noite e prenderam centenas de monges que vinham liderando os protestos. A TV estatal disse que pelo menos nove pessoas morreram.
Uma porta-voz da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que o governo de Mianmar aceitou receber um enviado da organização para discutir a crise no país.
A China, um dos poucos aliados de Mianmar, disse estar extremamente preocupada.
Entre os mortos de quinta-feira estava um fotógrafo japonês, atingido por um tiro quando os soldados agiam perto do pagode de Sule. Teme-se que haja a repetição do confronto entre policiais e manifestantes que matou mais de 3.000 pessoas no país em 1988.
Cerca de 200 soldados marcharam contra a multidão na quinta-feira em Yangon, e a tropa de choque avançou batendo com os cacetetes nos escudos. "Era um barulho aterrorizante", disse uma testemunha. O Exército entrou em ação depois que mil manifestantes jogaram pedras e garrafas d'água contra os soldados. Os tiros disparados pela polícia acabaram atingindo o japonês.
A repressão aos protestos teve início na quarta-feira, quando soldados e policiais usaram gás lacrimogêneo e prenderam até 200 monges. Mas a rebelião começou há mais de um mês, com passeatas esporádicas para reclamar da alta dos combustíveis. Os protestos cresceram e viraram uma luta contra os 45 anos de regime militar no país de 56 milhões de habitantes.
Três pessoas morreram atingidas por tiros de soldados num protesto fora do centro da cidade. Mais um monge budista -- na quarta-feira cinco teriam morrido -- foi morto nas investidas noturnas contra os monastérios, segundo testemunhas.
"As portas dos monastérios foram arrombadas, as coisas foram saqueadas e levadas", disse uma testemunha. "É como viver em um inferno ver os monges tratados com crueldade."
Quando a noite caiu e o toque de recolher entrou em vigor, ainda se podiam ouvir tiros esporádicos de fuzis automáticos em Yangon, que tem 5 milhões de habitantes.
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